Começa o II Simpósio de Neurofibromatose


29 de outubro de 2009


Neurofibromatose

Bruce Korf, da Universidade do Alabama, falou agora à tarde sobre aspectos clínicos da doença

Iniciou hoje, na Faculdade de Medicina, o II Simpósio Internacional de Neurofibromatose, “From darkness to hope”, que em português significa “Da escuridão para a esperança”.

O simpósio tem o objetivo de discutir acerca desta doença ainda pouco conhecida, mas que afeta a vida de pelo menos setenta mil brasileiros.

Segundo o organizador do evento, o médico Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, do Centro de Referência em Neurofibromatose do Hospital das Clínicas da UFMG, professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, o conhecimento sobre a Neurobrimatose começa a crescer.

“O Simpósio é uma tentativa de unir as pessoas que trabalham no Brasil e também grandes autoridades no assunto, como os médicos americanos Bruce Korf , David Viskochil e Vincent Riccardi, presentes do evento”.

Luiz Oswaldo conta que uma das principais propostas do evento é criar, inicialmente no Brasil, uma rede formada pelos grandes centros de pesquisa nacionais. Posteriormente a iniciativa será expandida para formar uma rede latino-americana, projeto já aprovado pela Faculdade de Medicina.

“Depois disso, vamos também ingressar na rede já existente na Europa e nos EUA, onde estão os grandes expoentes das pesquisas em Neurofibromatose”, prevê.

Juliana Souza, doutoranda na área de Neurofibromatose da UFMG explica que a doença não tem cura, mas o que tem sido feito é o tratamento dos seus sintomas, no sentido de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Estudos clínicos

Agora à tarde, o médico americano Bruce Korf, da Universidade do Alabama, especialista em genética clínica, falou durante cerca de duas horas a respeito da doença e os estudos que vem sendo desenvolvidos na área clinica, especialmente do diagnóstico da neurofibromatose.

Korf citou que existem três formas de neurofibromatose, mas sua apresentação se concentrou no tipo 1, também conhecida como síndrome de Von Recklinghausen, e que afeta diversos sistemas do organismo humano.

Segundo o especialista americano, de maneira genérica, em todo o mundo tem sido feito esforços para estabelecer o diagnóstico precoce, para, depois, serem feitas triagens clínicas que permitam o uso de medicamentos que possam melhorar a qualidade e o tempo de vida das pessoas com neurofibromatose.

O desafio para os profissionais de saúde é saber reconhecer a neurofibromatose. “Na verdade isso não é difícil, mas requer atenção a sintomas, como as manchas Café-com-Leite. Além disso é preciso trabalhar em conjunto com especialistas capacitados”, orienta Korf. Ele também chama a atenção para a importância de oferecer cuidados a longo prazo aos pacientes.

“O médico também precisa saber perceber que já existem muitas mudanças na área, e que estamos caminhando na direção de oferecer tratamentos a esta doença, apesar de ainda não existir cura. Mas, existem muitas pesquisas neste campo”, destaca o pesquisador.

Agenda

O Simpósio ocorre na Faculdade de Medicina da UFMG (Av. Alfredo Balena, 190. Bairro Santa Efigênia. Região Hospitalar de Belo Horizonte) e acontece até o dia 31 de outubro. As inscrições ainda podem ser feitas no local, são gratuitas, porém limitadas.

Nos dias 30 e 31 de outubro também será realizado no saguão do prédio da Faculdade de Medicina, a exposição de arte beneficente para a Associação Mineira de apoio
aos Portadores de Neurofibromatose (AMANF)

Sábado pela manhã ocorrerá uma reunião da AMANF com todos os palestrantes e com as famílias atendidas.

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Programação completa
Associação Brasileira de Neurofibromatose