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Atenção Primária: Medicina de Família e Comunidade
O modelo de saúde centrado na Atenção Primária à Saúde (APS) optimamente integrado aos níveis secundários e terciários é a opção mais segura, custo-efetiva e a que mais gera satisfação das pessoas, famílias e comunidades assistidas e dos profissionais de saúde. A APS com equipes de saúde da família com especialistas em ‘Medicina de Família e Comunidade (MFC)’ provem cuidados mais acessíveis, longitudinais, integrais, coordenados, orientados à família e comunidade e culturalmente competentes do que as equipes compostas por médicos generalistas ou especialistas focais. Aumentar a cobertura e a qualidade da APS com MFC no Brasil, requer ensino, extensão e pesquisa colaborativos entre academia, governos, serviços públicos e privados de saúde e a sociedade civil organizada.
As morte e danos à saúde iatrogênicos, a elevada insatisfação das pessoas cuidadas e dos profissionais de saúde e o desperdício de recursos escassos na saúde geraram movimentos pela renovação da prática clínica (ex.: Choosing Wisely no Canadá e no Brasil, “Fare di piu non significa fare meglio” e ‘Slow Medicine’ na Itália). Convidamos você para o diálogo sobre os conceitos e estratégias da Prevenção Quaternária (evitar danos às pessoas causados pelos profissionais da saúde), Medicina Centrada na Pessoa (cuidado centrado na pessoa e não no profissional, serviço de saúde ou no lucro) e da Tomada de Decisão Compartilhada (prática clínica que valoriza as preferências e valores das pessoas assistidas, muito das vezes, via ferramentas de apoio a tomada de decisão – decision-aids). |
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Violência na Sociedade Contemporânea
Violência é o tema do segundo eixo, o objetivo é sair do senso comum e aprofundar nossa percepção da temática para muito além do que assistir passivamente no nosso dia-a-dia e na mídia. Muito mais íntima ao funcionamento da sociedade e das instituições, e completamente inerente aos discursos. O congresso tece um programa sobre as lacunas, sobre os pontos cegos do sistema de saúde. O objetivo é narrar vidas invisíveis e mortes que não são contadas, nem como história, nem como número. Ver quem que não ousa entrar no território da saúde, por uma exclusão prévia e velada. Apresentar os dados e experiências para debater como coragem, apostando na formação dos nossos alunos, na qualificação dos profissionais de saúde, na transformação dos professores, na subversão do SUS, para acolher cada um, além de um para todos. Juntos, vamos decifrar o mapa da violência que vem mostrando inequivocamente o genocídio de jovens, sobretudo pobres, homossexuais e negros, além de encarar as fragilidades observadas no acolhimento dos idosos e a segregação de usuários de drogas, de prostitutas e travestis. |
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Qualidade de Morte e Estratégia de Valorização da Vida
No terceiro eixo, Qualidade de Morte como Valorização da Vida, pretende-se apresentar as diversas áreas, atitudes e atores envolvidos na assistência das pessoas com indicação para receber cuidados paliativos, vivendo momentos muito delicados de sua existência. Da biologia às políticas públicas, passando por questões éticas e de suporte à família, objetiva-se chamar a atenção para a adequada assistência a essa população, pois assistir o paciente em cuidados paliativos implica em assistir outras pessoas, que vão estar envolvidas nos cuidados dele. Implica em fazer comunicação de más notícias para todos eles, em orientar questões sócio-financeiras durante o curso da doença, em compartilhar propostas de tratamento, em valorizar a vida durante o curso da doença, em respeitar o desejo e autonomia do paciente e em suporte ao luto. Juntos, vamos discutir questões técnicas e dilemas éticos, refletir e nos posicionar em relação ao processo de morrer, não da morte como o oposto da vida, mas como uma de suas fases mais importantes, indubitavelmente a mais delicada. |
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Práticas Integrativas e Complementares / Saúde e Espiritualidade
O Eixo Transversal é composto por dois temas: Saúde e Espiritualidade e Práticas Integrativas e Complementares.
Saúde e Espiritualidade abordará a necessidade de inclusão da espiritualidade/religiosidade no ensino, pesquisa e prática clínica. Algo já defendido pela ciência e pelas sociedades médicas do Brasil e do mundo.
Práticas Integrativas e Complementares debaterá os tratamentos fora da medicina ocidental convencional, mas que são ferramentas adicionais ao tratamento convencional e não uma substituição. Entre as terapias serão destacadas a homeopatia, a musicoterapia e a meditação. |