Conheça a tireoidite de Hashimoto, uma das principais causas do hipotiroidismo
Distúrbio que atinge a tireoide pode ser silencioso
03 de outubro de 2019 - aspas sonoras, saúde com ciência, tireoide, tireoidite de Hashimoto

*Giovana Maldini
A tireoidite de Hashimoto é um dos principais distúrbios que atingem a tireoide, uma glândula em formato de borboleta localizada na parte anterior do pescoço. Por ser uma doença autoimune, o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula, o que provoca, inicialmente, sua inflamação e, posteriormente, sua destruição. Isso ocorre porque o corpo identifica o tecido da tireoide como um agente invasor e tenta combatê-lo.
A ausência da tireoide provoca diversos problemas no corpo, pois ela produz importantes hormônios que regulam o funcionamento do organismo. No período inicial da doença, com a destruição da glândula, a quantidade de hormônios produzidos aumenta. O professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Josemar de Almeida, explica o porquê isso acontece.
Mesmo que a doença não manifeste muitos sintomas, na fase inicial podem aparecer alguns sinais no corpo. Palpitação, agitação extrema acompanhada de insônia, rápida perda de peso e fraqueza muscular são alguns indícios do distúrbio. Essa fase dura poucos meses. No entanto, nem todos os pacientes passam por ela. Alguns manifestam a doença posteriormente, quando a glândula produz menos hormônios ou para de produzi-los, o que caracteriza o hipotireoidismo.
O professor Josemar de Almeida esclarece que quando a doença se manifesta após a fase inicial, os sintomas são mais vagos. Por isso, sem o diagnóstico diferencial, podem ser confundidos com outras doenças.
Causa e diagnóstico
Por ser uma doença autoimune, a tireoidite de Hashimoto é provocada por fatores genéticos. Por isso, não há formas de prevenção. Mas, é importante ficar atento aos sinais e também se algum parente têm doenças autoimunes, pois esse é o fator desencadeador do distúrbio.
O diagnóstico da tireoidite de Hashimoto é feito medindo a taxa de TSH. É um exame barato, de fácil acesso e essencial para auxiliar na diferenciação de doenças com sintomas semelhantes. Descobrir o distúrbio o quanto antes é essencial, pois a falta dos hormônios tireoidianos prejudica o funcionamento do corpo e pode levar à morte. O professor destaca as complicações relacionadas ao mau funcionamento da tireoide.
Como não há tratamento para a doença, os hormônios orais são usados para repor a falta de produção pela tireoide, sob prescrição médica. Por isso, ao notar os sintomas característicos, é recomendado procurar um médico de confiança. A atenção primária, como os clínicos ou postos de saúde, podem identificar a doença e solicitar os exames necessários.
*Giovana Maldini – estagiária de jornalismo
edição: Karla Scarmigliat