Conheça os tratamentos para a doença de Parkinson
Tratamento para a doença degenerativa, que ainda não tem cura, pode incluir atividades físicas, medicamentos e até mesmo intervenção cirúrgica.
13 de janeiro de 2025 - Neurologia, parkinson, saúde com ciência

A doença de Parkinson é a segunda doença degenerativa mais comum no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que o Brasil tenha, hoje, mais de 200 mil pacientes da doença. Apesar de ainda não ter cura, o tratamento da doença de Parkinson pode ser muito efetivo em aliviar os sintomas, retardar a progressão e garantir mais qualidade de vida aos pacientes. É o que afirma o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do Saúde com Ciência, Francisco Eduardo Cardoso.
Ele explica que esse tratamento é dividido em diferentes abordagens. “É possível mencionar três grupos de estratégias: o primeiro são estratégias não farmacológicas, que são de extrema importância. Fundamentalmente, a manutenção de atividade física, que isso pode ir desde atividades físicas corriqueiras, que todos nós precisamos manter”, afirma o professor. Em situações particulares, pode haver também a necessidade de tratamento fisioterápico, ou mesmo outras modalidades de reabilitação, como a fonoaudiologia.
Tratamento farmacológico
O segundo grupo de tratamento, segundo o professor Francisco Cardoso, é o medicamentoso. “A lista é grande e não é exatamente o caso de mencioná-la aqui, mas todos esses medicamentos fundamentam-se em substâncias que aumentam a atividade dopaminética, e aqui é necessário citar a levodopa, que é uma substância que se transforma em dopamina no cérebro”, prossegue ele. Além da levodopa, ele afirma que existem outros agentes que auxiliam a atividade de dopamina no cérebro, além de medicamentos que atuam de outras formas.
“A combinação de tratamento não farmacológico com tratamento farmacológico, medicamentoso, é capaz de produzir um controle satisfatório dos sintomas da doença na imensa maioria das pessoas”, reforça o especialista. Existe, no entanto, um grupo pequeno de pacientes que não responde ao tratamento medicamentoso, composto principalmente por pacientes com tremores mais fortes. Para esses casos, há o terceiro grupo de tratamento: a intervenção cirúrgica.
“A ressaltar que as cirurgias não são curativas, elas não impedem a progressão da doença e elas tampouco significam a eliminação dos medicamentos. Então, é um tratamento adjuvante ao tratamento clínico. O principal procedimento é a colocação da chamada estimulação cerebral profunda, conhecida pela sigla em inglês DBS, que, quando executado em indivíduos que qualificam para o procedimento, e quando feito por equipes multidisciplinares adequadamente treinadas, podem fornecer uma melhora significativa do controle sintomático”.
Professora Francisco Eduardo Cardoso
Ouça o podcast na íntegra:
Saúde com Ciência
No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, iremos conversar sobre a doença de Parkinson. Explicaremos os sintomas iniciais, os grupos de risco e como é feito o diagnóstico da doença. Também vamos conversar sobre as diferentes técnicas de tratamento existente, e o dia a dia do paciente de Parkinson.
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.