Cosméticos em exposição ao sol podem causar problemas à saúde no verão

Saúde com Ciência desta semana apresenta a série “Cuidado com a beleza: alergia à cosméticos”


18 de novembro de 2019


*Giovana Maldini

Férias e temperaturas elevadas são uma combinação perfeita para quem gosta de curtir praia, piscina ou cachoeira durante verão. Mas nesta época do ano, em que a exposição ao sol costuma ser maior, a atenção com os cosméticos e produtos utilizados na pele devem ser redobradas. Os cuidados devem ser maiores especialmente em relação aos perfumes e tatuagens de henna, que são aquelas que ficam temporariamente na pele.

Independentemente do lugar que estiver, ninguém gosta de ficar mal cheiroso. Por isso, usar perfume é uma escolha de muitas pessoas mesmo em ambientes como praias e clubes. No entanto, essas fragrâncias podem levar a reações indesejadas na pele quando em contato constante com o sol. Isso porque os perfumes têm na composição substâncias como conservantes, corantes e álcool. Em contato com a pele e a radiação solar, esses componentes provocam alergias, manchas e até queimaduras.

Sinais

Os primeiros sinais dessa reação alérgica são vermelhidão, coceira e ardor na região em que o produto foi aplicado. E, caso o problema não seja resolvido rapidamente, algumas feridas podem aparecer na pele. Por isso, ao se expor ao sol, curtir a praia e piscina, é recomendado não utilizar perfumes.

Para alertar sobre reações alérgicas provocadas por produtos de beleza, o Saúde com Ciência desta semana apresenta a série “Cuidado com a beleza: alergia à cosméticos”. Ouça aqui.

Tatuagens no verão

Outro cuidado importante é com as tatuagens temporárias, chamadas tatuagens de henna. Elas são muito comuns nessa época do ano e chamam a atenção pela estética e curta durabilidade. No entanto, é preciso se ater aos riscos que elas podem trazer. Esse tipo de tatuagem tem um conservante chamado parafenilenodiamina, mais conhecido como PPD. Essa substância é uma das principais causas de sensibilização da pele.

“É muito comum no verão as pessoas terem reação à essas tatuagens temporárias e a principal causa está associada ao PPD. E esse conservante também está presente em vários cosméticos”, esclarece o professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Jorge Pinto. 

Clique na imagem para expandir.

Para fugir da alergia

Uma das alternativas para reduzir as chances de alergias provocadas por substâncias com o PPD são hipoalergênicos. Esses produtos contêm menor quantidade de conservantes e essências do que os produtos convencionais. Mesmo assim, atenção ao rótulo das embalagens! Isso porque, mesmo que sejam feitos para pessoas alérgicas, não é garantia que os hipoalergênicos não vão causar sensibilização na pele, ainda mais que cada pessoa tem alergia a uma determinada substância e que pode estar contida também em hipoalergênicos.

Por isso, caso o indivíduo já conheça qual componente é responsável por provocar alergias em sua pele, a recomendação é ler os rótulos com bastante atenção e evitar aqueles que contenham o alérgeno. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 35% da população brasileira possui algum tipo de alergia. A principal forma delas é provocada por cosméticos.

Como saber se tenho alergia?

Para os que não sabem o motivo das reações alérgicas, é preciso procurar um médico que identifique o componente causador da sensibilização. Isso é feito por meio do “teste de contato”. No entanto, esse teste só é realizado após os primeiros sinais de alergia.

Já para quem nunca apresentou sinais alérgicos, o “teste do uso” pode indicar se há alguma sensibilidade a determinado cosmético. A dermatologista e médica voluntária do Hospital das Clínicas da UFMG, Vanessa Barreto, explica como o teste é feito:

“A pessoa passa o produto na parte central do antebraço, em uma região pequena, duas vezes ao dia, durante uma semana. Assim, ela pode perceber se a pele ficou vermelha ou não”

Para entender mais, ouça o programa Saúde com Ciência desta semana.

Sobre o Programa de Rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.

*Giovana Maldini – estagiária de Jornalismo
edição: Karla Scarmigliat