Cultura da escassez é tema da 5ª edição do Festivelhas

Festival busca privilegiar artistas locais da bacia do Rio das Velhas.


29 de junho de 2015


Festival promovido por Projeto Manuelzão busca privilegiar artistas locais da bacia do Rio das Velhas

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Chegando a sua quinta edição, o Festivelhas, festival de arte e cultura promovido pelo Projeto Manuelzão, criado na Faculdade de Medicina da UFMG, será no próximo dia 4 de julho, sábado, de 9h às 22h, no Parque Ecológico da cidade de Itabirito. A entrada é franca.

A programação, que inclui música, prosa, poesia e dança, este ano, gira em torno do tema “Cultura da escassez”. Para o coordenador do Projeto e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade, Marcus Vinícius Polignano, o Manuelzão sempre se empenhou em “mudar o paradigma de progresso sem conservação, que aniquila as veredas e a fauna das Gerais, desfigurando suas características naturais e o modo de vida dos povos que habitam a região do Velhas”. Para ele, a cultura da preservação é parte fundamental do Projeto que, desde seu surgimento, anunciou que a revitalização da bacia do rio das Velhas depende da construção de novos imaginários. “Nosso objetivo é fazer da cultura o motor da mudança de mentalidade, através de um movimento cultural que convoque as populações ribeirinhas a se manifestarem usando a arte como linguagem”, esclarece.

A edição do Festivelhas 2015 tem como objetivo resgatar o movimento sociocultural da bacia, integrando povos e pensamentos através da arte e cultura na busca da transformação da mentalidade em tempo da escassez hídrica. A proposta é criar condições que favoreçam novas perspectivas para a bacia do rio das Velhas e por meio deste movimento cultural, transitar do particular ao universal, compreendendo os determinantes culturais da relação socioambiental, propondo novos paradigmas. “Nosso desejo desde o início foi reunir a bacia e num pensamento único fortalecer os laços que nos unem para transformá-los em projetos e propostas em prol da coletividade”, reforça Polignano.

História
A partir da experiência das Expedições 2003 realizadas por água, o Projeto Manuelzão desenvolveu a proposta de organizar um movimento cultural que acompanhasse, por terra, a viagem dos caiaqueiros. Das muitas aventuras, o movimento precisava também convocar as populações ribeirinhas e diversos atores da Bacia a se reunirem e manifestarem pacificamente, usando a arte como principal linguagem.

Daí surgiu o Festivelhas, que desde sua primeira edição, em 2005, procura unir a Bacia Hidrográfica do rio das Velhas em um momento de descontração e reflexão sobre o futuro. Desde sua concepção, o festival tem o propósito de fortalecer ações culturais condizentes com o imaginário que povoa a Bacia, condicionando essa rede cultural a permanentes trocas de experiências, difusão de informações e ações propositivas. O Festival já envolveu temas como a transformação pela arte. Além da riqueza da biodiversidade local e, o rio, que alimenta uma correnteza cultural e compartilha seu destino.

Transformação e diversidade
“Centenas de artistas, escritores, dançarinos, violeiros, contadores de histórias, homens e mulheres de toda a bacia se reuniram no primeiro Festivelhas em Morro da Garça, em 2005, que procurou demonstrar a diversidade cultural da bacia. No Festivelhas Jequitibá, em 2007,fortalecemos os debates e procuramos sinalizar a riqueza do passado através do folclore presente em todas as regiões da bacia. Já o Festivelhas 2009 foi itinerante, e aconteceu durante a expedição pelo rio das Velhas naquele ano. O objetivo foi sensibilizar todas as comunidades da bacia para o processo de revitalização proposta pela Meta 2010”, lembra Polignano.

Seguindo essa trajetória de transformação pela arte, a quarta edição do festival aconteceu em Belo Horizonte, em 2011, e focou no teatro do “absurdo”, as ações antrópicas insustentáveis movidas por um modelo econômico sem preocupação com a gestão ambiental. “Passada a Meta 2010-2014 é necessário estabelecer novos rumos e metas a serem alcançadas”, reforça Polignano.

Confira a programação na página do Projeto ou do Comitê da Bacia.

Mais informações: Projeto Manuelzão (31) 3409 9818.