Custo dos alimentos afeta consumo de dietas saudáveis para população mais vulnerável
Dietas saudáveis e sustentáveis beneficiam a saúde e o meio ambiente, mas seu custo pode acabar impactando diretamente na escolha alimentar dos consumidores.
09 de abril de 2025
De acordo com uma tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, os preços dos alimentos saudáveis são um fator crucial na escolha alimentar, especialmente para populações mais vulneráveis. Entretanto, existem diversos fatores que podem afetar os preços e automaticamente, o consumo desses alimentos, como por exemplo, as mudanças climáticas.
“A questão das mudanças climáticas, que a gente observa hoje, vão interferir diretamente na produção desses alimentos, então por exemplo, a seca ou até uma chuva em excesso, vai causar problemas na produção, vai afetar a distribuição e não vai chegar no consumidor e quando chega, chega com um preço mais alto”, apresenta a pesquisadora responsável pelo estudo, Thaís Cristina Marquezine Caldeira.
A pesquisa identificou que o custo médio da dieta foi de R$0,65/100 kcal para a população total, com variações observadas entre os níveis de renda, regiões geográficas e áreas domiciliares. Um custo menor foi observado no território de menor renda (R$0,60/100 kcal) em comparação com o território de maior renda (R$0,70/100 kcal).
Regionalmente, o Nordeste apresentou o menor custo (R$0,58/100 kcal) em comparação com o Sudeste (R$0,71/100 kcal), e as áreas rurais tiveram um custo menor (R$0,53/100 kcal) do que as áreas urbanas (R$0,69/100 kcal).
O custo da dieta está diretamente relacionado à sua composição. Ou seja, dietas de menor custo tendem a incluir menos carnes, laticínios, hortaliças e frutas, no qual o aumento do preço torna-os menos acessíveis para grupos de baixa renda, e um aumento no consumo de carne vermelha, açúcar e alimentos ultraprocessados.
Impacto no meio-ambiente
Sabe-se que a produção de alimentos hoje é responsável por até 35% das emissões globais de gases de efeito estufa e impacta diretamente a biodiversidade e o uso da água. Além disso, mudanças no padrão alimentar, como o aumento no consumo de ultraprocessados e proteínas animais, elevam esse impacto, especialmente em países de baixa e média renda.
A fabricação de alimentos ultraprocessados envolve processos industriais intensivos, que consomem muita energia e recursos naturais, além de ingredientes comumente utilizados nesses alimentos, como milho, soja e cana de açúcar, estarem associados ao desmatamento e a perda de biodiversidade.
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