Debates sobre tabagismo abrem Simpósio de Onco e Hemato


01 de junho de 2011


O “Dia Mundial de Combate ao Tabagismo”, celebrado nesta terça-feira, 31 de maio, definiu as principais discussões na abertura do 1° Simpósio de Oncologia e Hematologia, realizado na Faculdade de Medicina da UFMG. Foram abordadas ainda questões relacionadas ao controle, tratamento e fatores de risco do câncer.

A médica e coordenadora do Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus Fatores de Risco da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, Berenice Navarro Antoniazzi, em sua apresentação sobre “O papel do Registro Hospitalar de Câncer” informou que o tabagismo é um problema de saúde pública mundial e tem grande impacto nos sistemas de saúde. De acordo com a palestrante, o Sistema Unificado de Saúde (SUS) brasileiro gasta anualmente mais de 240 milhões para tratamentos de câncer de pulmão, laringe e esôfago. Todos estes tumores têm como fator de risco o hábito de fumar. “Cuidar da saúde é uma questão de atitude”, definiu.

Dados estatísticos sobre o hábito de fumar chamaram a atenção na palestra “Controle de Tabagismo e a Prevenção de Câncer”, de Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, médica e presidente da Comissão de Controle de Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais. Segundo ela,  o vício foi apontado como a causa disparada e o pior dos fatores de risco de cerca de 14 tipos de câncer em todos os países do mundo.

Maria das Graças Rodrigues: otimismo em relação à redução do número de fumantes no Brasil

“O tabagismo ativo é responsável, anualmente, por 6 milhões de mortes no mundo e 200 mil no Brasil. O tabagismo passivo, por sua vez, mata no mesmo período 600 mil no mundo, 2.665 no Brasil, sendo que mais de 25% das vítimas são crianças”, informou Maria das Graças.

Por outro lado, a especialista apontou um cenário otimista em relação à redução do número de fumantes no Brasil. Ela demonstrou que a prevalência de fumantes na população jovem e adulta registrou queda significativa entre 1989 e 2003 (de 35% para 17%, em média). Entre as causas está o elevado grau de consciência na população sobre os riscos do tabagismo.

A programação do primeiro dia contou, ainda, com a apresentação dos projetos de extensão da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH); com palestras sobre câncer, novas tendências de tratamentos, manifestações clínicas e diagnóstico, transplante de medula óssea, prevenção e triagem, tratamentos cirúrgico e não cirúrgico; e discussão dos tópicos com os alunos presentes.

Estiveram presentes ainda na mesa o diretor da Faculdade de Medicina, Francisco Penna; a chefe do Departamento de Pediatria, Benigna Maria de Oliveira; a vice diretora do Hospital das Clínicas, Luciana Gouveia; a diretora da Escola de Enfermagem, Maria Emaculada de Fátima; a professora do Departamento de Pediatria e coordenadora da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH) Maria Aparecida Martins; a presidente da LAOH, Luciana Caetano Botelho Salomão; e o representante do Diretório Acadêmico Alfredo Balena Guilherme Lima.

O 1° Simpósio de Oncologia e Hematologia segue nesta quarta e na quinta-feira, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG, a partir das 18 horas.