Diabetes gestacional: prevenção deve começar antes da gravidez

Segundo a International Diabetes Federation, prevalência da doença entre gestantes brasileiras é de 18%, três pontos acima da média mundial.


11 de novembro de 2024 - , , , ,


O diabetes gestacional afeta cerca de 18% das gestantes brasileiras, segundo uma pesquisa de 2022 da International Diabetes Federation. O número é 3% maior que a média global. De acordo com a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG e convidada do Saúde com Ciência, Marília Faleiro Malaguth, a prevenção contra a doença deve ter início antes mesmo da concepção.

Essa prevenção é importante não só para assegurar a saúde gestacional de mães e filhos, mas também para o futuro da gestante. Isso porque, segundo a professora, gestantes que apresentem diabetes gestacional têm maiores riscos de desenvolvimento do diabetes tipo 2 no futuro. “Mesmo que o diabetes gestacional venha a melhorar ou desaparecer, aquela mulher vai estar sempre um pouco mais vigilante com as questões da glicose. É um tipo de fator de risco”, explica Marília Malaguth.

Prevenção

“É possível prevenir o diabetes gestacional de uma forma parecida com o diabetes tipo 2”, frisa a professora Marília. A prevenção deve ter início antes mesmo da concepção, alerta a professora. Antes de mais nada, ao considerar uma gravidez, é ideal que a futura gestante agende uma consulta pré-concepcional. Nela, será possível detectar diversos problemas de saúde que podem dificultar a gestação, como a pressão alta e o diabetes.

“Ela pode detectar até mesmo doenças de transmissão vertical. As doenças transmissíveis também são detectadas nesse momento e tratadas em tempo hábil ou controladas. Ela tem a oportunidade ali de avaliar questões também de saúde mental, que é importante nessa mudança de ciclo de vida familiar, do nascimento de uma criança. Intervenções podem ser feitas de uma forma mais eficaz nesse planejamento. Então, alguém que é sedentária e planeja engravidar, passando pela equipe de saúde, sendo motivada, pode começar ali uma atividade física, sabendo que isso vai trazer desfechos mais favoráveis para ela e para o bebê. Então, você faz essas medidas anteriores que tem a ver com atividade física, alimentação, rastreamento de problemas de saúde crônicos ou transmissíveis também”.

Professora Marília Faleiro Malaguth

A professora segue alertando que, mesmo que a gravidez já tenha sido iniciada, ainda é importante monitorar durante o tratamento pré-natal. “Quanto mais cedo se descobrir, melhor, mesmo que já esteja gestante. Sempre é possível melhorar esse fator, diminuir a chance de ela desenvolver o diabetes e a hipertensão também, que é outro problema que pode surgir com a questão da gestação”, reforça.

Ouça o podcast na íntegra:

Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, iremos conversar sobre as doenças crônicas não transmissíveis. Vamos explicar o que são essas doenças e quais as mais comuns no Brasil. Também discutiremos mais a fundo o diabetes, a hipertensão arterial e os transtornos mentais comuns.

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.