Discussão sobre inserção das médicas traz desdobramentos


15 de março de 2011


Professora Anayansi Brenes debate inserção da mulher na medicina.

O Dia Internacional da Mulher é tradicionalmente comemorado no dia 8 de março. Por ocasião do carnaval, a data foi lembrada ontem na Faculdade de Medicina. Um seminário organizado pelo Núcleo de Estudo Mulher e Saúde (Nems) discutiu a inserção do sexo feminino na área da saúde e apontou caminhos para aprofundar o debate durante as comemorações do centenário da Faculdade de Medicina.

O evento teve início às 9h, na sala 34. Estiveram presentes Francisco Penna, diretor da Faculdade de Medicina; Anayansi Brenes; coordenadora do Nems; Márcia de Cássia Gomes, da Coordenação dos Direitos da Mulher de BH (Condim); Jô Moraes, deputada federal; além de professores, pesquisadores, médicos e ex-acadêmicos.

Anayansi Brenes ressaltou a importância do debate evocando a pesquisadora francesa Yvone Knibiehler, que considera não haver possibilidade de plena autonomia feminina nos lugares onde as mulheres são minoria. “Pesquisas recentes apontam que o mercado médico brasileiro ainda é predominantemente dos homens. Até que ponto a médica consegue caminhar de maneira mais autônoma nesse ambiente?”, questiona.

Lançamento do livro
Durante o evento, foi lançado o livro As mulheres médicas nas entrelinhas, de autoria de Anayansi Brenes e Ismênia Martins. A obra traz relatos históricos da inserção da mulher na Faculdade de Medicina da UFMG. “Apresentamos informações que mostram como as mulheres sempre tiveram dificuldades para inserção na medicina. Basta ver a proporção de alunos e docentes. Já tivemos casos, no passado, de alunas que foram constrangidas a se transferirem para o curso de Farmácia”, conta.

O evento traz como resultado o indicativo de realização da Semana da Mulher Médica, que deverá ser incluída na programação do Centenário da Faculdade de Medicina. Uma comissão irá propor o formato da atividade, prevista para outubro. “Queremos lançar o desafio para que as próprias mulheres se revelem quem são nesses 100 anos”, completa Anayansi.