Educação para combater a Influenza


17 de junho de 2010


Nescon ministra curso em Brasília de Formação de Multiplicadores para enfrentamento da possível segunda onda da Influenza Pandêmica (H1N1)

Uma das ferramentas mais importantes para a qualidade na prestação dos serviços de saúde é a abordagem educativa. Com base nessa premissa, o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescon) realiza, em Brasília, amanhã e sexta-feira, 18 e 19 de junho, o Curso de Formação de Multiplicadores para enfrentamento da possível segunda onda da Influenza Pandêmica (H1N1).

O curso, de abrangência nacional, é uma preparação de multiplicadores que atuarão em suas equipes locais, como instrutores em capacitações para profissionais de saúde dos serviços de assistência à saúde e vigilâncias. “Foram selecionadas pelo 400 pessoas, basicamente médicos, enfermeiros e professores de universidades, que exercem função de gestão em hospitais universitários, serviços de saúde, ou secretarias de estado da saúde. Uma parte trabalha com Atenção Básica e outra com média, alta complexidade e urgência (SAMU)”, explicou o professor Edison Corrêa (PED), coordenador do projeto na UFMG.

O Nescon também é responsável pela articulação com vinte facilitadores que ministrarão os conteúdos, vindos de instituições de ensino e dos serviços de saúde das quatro regiões do País. Fazem parte da equipe os professores da Faculdade de Medicina da UFMG Unaí Tupinambás (CLM) e Regina Lunardi (PED). “Temos o papel de conduzir as discussões e elaborar, ao final da oficina, uma proposta de educação para os profissionais de saúde envolvidos no atendimento aos pacientes”, explicou Tupinambás.

Para Edison Corrêa, a proposta de educação voltada para os trabalhadores da saúde é um processo que pressupõe mudanças conceituais, comportamentais e instrumentais, com o objetivo de criar um dispositivo de formação de multiplicadores de conhecimentos construídos coletivamente. “Com essa iniciativa buscamos o aprimoramento dos processos educativos. Trata-se de uma formação rápida, com pessoas estratégicas, que ao voltarem para seus estados, disseminarão os conteúdos apreendidos”, ressaltou Corrêa.

Combate
O conteúdo do Curso de Formação de Multiplicadores terá como base o material educativo Influenza: aprender e cuidar sem banalizar ou superestimar, desenvolvido pelo Nescon, e protocolos do Ministério da Saúde. A maioria das atividades será realizada em subgrupos, e cada estado fará a capacitação de suas equipes de acordo com suas demandas e cronogramas.

A iniciativa é fruto de parceria do Nescon com as secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (Sgtes) e a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (MS) e faz parte de uma série de estratégias já adotadas pelo governo federal para o enfrentamento da Influenza.

O plano, lançado pelo governo federal, inclui a capacitação de 300 mil médicos, 292 mil enfermeiros e outros profissionais. Além disso há ainda vacinação, ampliação das unidades de atendimento e o aporte financeiro para que sete novos laboratórios possam identificar a doença com mais rapidez. Os recursos para viabilizar as ações somam parte do montante de R$ 2,1 bilhões aprovados, por meio de medida provisória, em outubro de 2009, como crédito suplementar para combater a doença.

Retrospectiva da Influenza
A doença chegou ao país em maio de 2009, levando o Ministério da Saúde a tomar providências em relação ao atendimento à população, tratamento e controle da doença, estreitando laços e estabelecendo parcerias com os gestores de saúde dos estados e dos municípios e instituições de ensino e pesquisa, entre outros.

A pandemia foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há um ano, o que mobilizou o mundo em busca de soluções para o enfrentamento da nova gripe. No Brasil, as atenções voltaram-se para o Sistema Único de Saúde (SUS), que, desde então, vem desenvolvendo estratégias e ações com embasamentos técnicos, do ponto de vista epidemiológico e científico, além de seguir orientações da OMS.

Dados da própria OMS dão conta de que, até março deste ano, pelo menos 213 países e territórios tiveram casos confirmados laboratorialmente e mais 16.455 mortes foram confirmadas. De acordo com o Ministério da Saúde, só no ano passado o Brasil teve 1.705 óbitos e 39.679 casos graves da doença.

Apesar dos números, é positiva a avaliação do médico infectologista e professor Unaí Tupinambás. Há 20 anos ele lida com doenças contagiosas na Faculdade de Medicina da UFMG. “Como foi observada uma curva mais branda da segunda onda no Hemisfério Norte – onde a circulação do vírus vem diminuindo gradativamente – esperamos que neste inverno a segunda onda desta pandemia seja também mais suave. Além disso o cenário atual é mais otimista do que o do ano passado. No entanto não podemos desprezar este novo vírus e nem supervalorizá-lo”, alertou.

Redação:
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