Engajamento social do bebê é tema de tese defendida no Brasil e na França


28 de novembro de 2017


Tese de doutorado é a primeira a ser defendida em modelo de cotutela da Faculdade de Medicina da UFMG

Ives Teixeira Souza*

A percepção da fala e a produção vocal de bebês entre quatro e cinco meses de idade representam um período fundamental para a integração da capacidade comunicativa da criança. É o que propõe a pesquisa “O engajamento social do bebê de 4-5 meses em um diálogo com falantes familiares e estrangeiros: em direção a uma abordagem integrativa”, defendida pela estudante do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente, Rubia Infanti, no último mês de outubro, na Universidade Paris Nanterre.

O trabalho buscou compreender o engajamento social da criança em situações de comunicação cotidiana, bem como de uma comunicação potencial, inovando ao considerar a reação corporal e vocal do bebê. De acordo com Rubia, os bebês participam do diálogo com os adultos, independentemente da familiaridade e da cultura com o locutor em interação, desde que o locutor esteja disponível para a comunicação. “O maior enfoque foi o de colocar em evidência a comunicação corporal do bebê adotando uma abordagem integrativa do discurso, que é especialmente necessária para melhor entender a comunicação humana”, afirma.

Foto: shutterstock.com

Cotutela

Esse modelo de parceria permite ao estudante defender a tese uma vez, sendo atribuído a ele diplomas de duas instituições de países diferentes. Para isso, o aluno deve permanecer nas instituições pelo mesmo período de tempo, com um professor orientador em cada universidade. “Além de permitir diplomas de ambas as Universidades, a cotutela também me permitiu comparar e usar diferentes abordagens científicas e metodológicas dos dois países”, explica Rubia Infanti.

Na Faculdade de Medicina da UFMG, os estudos foram realizados no laboratório de pesquisa de bebês – BabyLab. Rubia lembra a participação dos pais e bebês na pesquisa realizada no Brasil: “Os pais responderam ao nosso questionário e, depois, os bebês assistiram a um vídeo da pesquisa. Eles foram filmados e assim foi possível analisar seus comportamentos durante a apresentação do material”. O BabyLab é coordenado pela professora do Departamento de Fonoaudiologia, Erika Parlato, que foi a orientadora brasileira do estudo. Também participaram da banca a professora do Departamento de Fonoaudiologia, Sirley Carvalho, e o professor do Departamento de Oftalmologia, Galton Vasconcelos.

*Editado por Lucas Rodrigues