Existem diferentes tipos de incontinência urinária?

O distúrbio é mais comum em mulheres e espera-se que cada vez mais os números de casos aumente.


25 de setembro de 2023 - ,


* Elen Batista

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina pela uretra. Exceto em crianças, todo caso de micção não intencional ou até mesmo a necessidade de levantar mais de uma vez durante a noite para ir ao banheiro deve ser motivo de alerta. Mas você sabia que os casos de incontinência não são todos iguais? Segundo Agnaldo Lopes da Silva Filho, professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do Saúde com Ciência, existem duas classificações: incontinência urinária de esforço e hiperatividade vesical, também conhecida como urgência miccional. 

“Se a paciente está de bexiga cheia e então tosse, faz algum tipo de esforço, espirra ou levanta rápido e perde urina, é a incontinência urinária de esforço”, explica o professor. “Agora, se ela tem vontade de urinar e precisa correr para procurar um banheiro, chegando até a perder urina se não encontrar ou tem uma frequência muito alta de micção, aí já é uma manifestação da hiperatividade visical”, completa. 

A depender da faixa etária, esse problema aparece de forma diferente. “No caso das mulheres idosas tem outro lado, que é a degeneração dos tecidos, que com o passar do tempo não têm mais aquela mesma resistência e pode acabar tendo um caso de incontinência”, explica o professor. Ele pontua que o fato de se ter um incontinência pode levar as mulheres a mudarem os hábitos, como passar a beber menos água para não perder urina, ou até mesmo usar protetores diários de forma contínua, que pode predispor, por exemplo, a infeção urinária. 

Segundo o professor Agnaldo Lopes, os tratamentos para o distúrbio também variam em relação ao tipo de incontinência. Medicamentos e até mesmo a recomendação de cirurgia pode ser necessária em casos mais graves ou refratários. Mas a fisioterapia pode ser uma grande aliada nesse tratamento.

“As mulheres, especialmente as ocidentais, não exercitam o assoalho pélvico. A gente tinha que ter uma conscientização melhor para isso. Para que ela tenha esse controle mais voluntário dessa região. Isso é muito importante para vários aspectos, inclusive para prevenir as incontinências urinárias no futuro.”

Professor Agnaldo Lopes da Silva Filho

“A incontinência urinária é uma condição muito frequente nas mulheres e com o aumento da expectativa de vida, é esperado que esses casos subam ainda mais. Então a gente precisa que as mulheres estejam conscientes de que não é normal perder urina de forma involuntária, e que elas devem procurar ajuda para que esse problema seja resolvido”, finaliza o professor.

Saúde com Ciência 

No programa Saúde com Ciência desta semana, iremos conversar sobre incontinência urinária. Falaremos sobre seus diferentes tipos, diagnóstico, tratamento e os impactos sociais que pode causar em mulheres com o distúrbio.

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

* Elen Batista – estagiária de Jornalismo

Edição: Alexandre Bueno