Exposição ao sol requer cuidados especiais com prevenção
Doenças como micose, câncer de pele e insolação podem surgir de hábitos frequentes nessa época do ano
21 de janeiro de 2020 - Dermatologia, pele, Saúde, saúde com ciência, Verão
* Anna Carolina Barbosa / Antônio Paiva
As altas temperaturas e dias com poucas nuvens, cenário típico do verão, são um chamado para se refrescar, seja na praia, piscina ou cachoeira. Mas, especialmente nesta estação do ano, é preciso tomar alguns cuidados com a pele, que pode ficar suscetível a algumas doenças mais propícias com o calor e alta umidade.
Além de doenças, alguns produtos usados no corpo podem trazer complicações. É importante não subestimar o poder do sol, que pode provocar graves problemas de saúde. Listamos alguns desses problemas que podem surgir e falamos sobre as principais formas de prevenção.
O Saúde com Ciência apresenta, de 20 a 24 de janeiro, a série “Marcas do sol – cuidados com a pele no verão”. Na edição, especialistas falam sobre as doenças de pele mais comuns desse período, como micose e urticária solar, e dão dicas sobre cuidados para enfrentar dias quentes e ensolarados.
Doenças fungicidas
O calor, umidade e a baixa imunidade favorecem a proliferação de fungos. Esse cenário é propicio para doenças como a micose, principalmente a do tipo Pitiríase Versicolor, conhecida como micose de praia. A infecção ocorre principalmente em jovens e pode ser transmitida de pessoa para a pessoa ou objetos contaminados com o fungo. Pessoas com peles oleosas apresentam maior tendência a contraí-la, devido à presença de maior umidade.
Outra doença originada por fungos, típica em climas mais quentes e úmidos, é a dermatofitose, que pode acometer qualquer parte do corpo, como pés e couro cabeludo. Os fungos têm a queratina como alimento e se localizam na pele, pelo e unhas. A dermatofitose pode ser transmitida diretamente, de homem para homem, animal e da terra.
Claudemir Aguilar, dermatologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, diz que é preciso tomar cuidado com ambientes úmidos e que apresentam grandes aglomerações, como praias e piscinas, pois eles favorecem a propagação dos fungos. Além disso, o especialista comenta sobre alguns hábitos e cuidados para se prevenir dessas doenças fungicidas:
- Manter os pés secos
- Observar se há alguma escamação nos pés
- Evitar ambientes quentes
- Ingerir de dois a três litros de líquidos por dia
O professor comenta que todas essas prevenções são formas de deixar a pele saudável e, assim, evitar complicações que favoreçam essas infecções.
Insolação
A insolação é uma condição que ocorre após superexposição ao sol e calor. Com isso, o corpo não consegue se resfriar. A permanência sob o sol por grandes períodos pode ser prejudicial. “A pessoa fica desidratada, com a temperatura do corpo elevada, com mal-estar, pode ter vômito associado. É um quadro de desidratação praticamente agudo”, comenta o dermatologista Claudemir Aguilar. Dessa forma recomenda-se:
- Uso de filtro solar de duas em duas horas ou repetir a aplicação sempre que sair da água
- Ingestão de líquidos
- Evitar o uso excessivo de roupas
- Evitar a permanência sob o sol por muito tempo
Bronzeamento
O processo de bronzeamento natural ou artificial é bem comum nessa época do ano. Porém, o professor Claudemir Aguilar alerta sobre o contato excessivo com os raios ultravioleta UVA e UVB, que prejudicam a pele, causando queimaduras, lesões e até mesmo câncer de pele. É necessário obter alguns cuidados especiais:
- Evitar a exposição ao sol entre os horários de 10h da manhã e 16h da tarde
- Não realizar o bronzeamento artificial, pois além de receber de três a oito vezes mais radiação UVA, os produtos utilizados podem causar reação alérgica
* Estagiários de Jornalismo
Edição – Vitor Maia