Exposição de fotos mostra o enfrentamento da covid-19 por indígenas de Minas Gerais


18 de abril de 2022


Do dia 18 a 30 de abril, a Faculdade de Medicina da UFMG e a Escola de Enfermagem exibirão a exposição “(Re)Tratar – Cura da Terra”, com trabalho de fotografia que ilustra a vida de dois povos indígenas aldeados durante a pandemia de covid-19. As imagens foram feitas em comunidades do povo Xakriabá, no município de São João das Missões (norte de Minas), e do povo Kaxixó, no município de Martinho Campos (centro-oeste mineiro).

Na Faculdade de Medicina, a exposição estará no Corredor da Memória, andar térreo, organizado pelo Centro de Memória (Cememor) e é aberta para visitas individuais das 8h às 17h.

Para Otávio Kaxixó, estudante de Medicina da UFMG e um dos autores, fomos forçados a refletir sobre o comportamento em relação aos biomas brasileiros. “A pandemia de covid-19 foi trazida de outro continente, mas se no Brasil continuar essa destruição em larga escala, novas pandemias vão surgir em curto espaço de tempo. É o momento de colocar na balança: o lucro ou as vidas”, defende.


A exposição vai retratar um pouco desse contexto. O processo criativo, conta Otávio, busca a cura da Terra e a cura de nós mesmos. “No Kaxixó tivemos aumento da exploração de recursos hídricos durante a pandemia, assim como de queimadas para substituição de floresta por lavouras. Tentamos conter, mas o que mais nos assola é que, ao mesmo tempo, precisamos proteger os nossos parentes da infecção pela covid. Fomos pegos de surpresa. Até hoje tentamos contornar esses abusos”, explica.

A exposição faz parte do Abril Indígena UFMG. Com formato inédito, a iniciativa do Programa de Educação Tutorial (PET) Indı́gena, com apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UFMG, é divida em quatro temáticas: território, educação, saúde e cultura. “A construção é para mostrar para a comunidade um pouco da diversidade dos povos indígenas, quem é o indígena do século XXI e como flutuar nos dois mundos (aldeia e universidade). Precisamos demarcar não só territórios, mas também mentes. E para isso é necessário se aproximar”, completa.


Na UFMG, desde 2010 o Colegiado Especial Vagas Suplementares para Estudantes Indígenas atua na consolidação de políticas voltadas para esses alunos.