Faculdade começa a executar plano de eficiência energética


04 de agosto de 2017


Instituição venceu chamada pública da Cemig e terá financiamento de ações para redução do consumo de energia elétrica

A Faculdade de Medicina da UFMG começa a implementar um projeto de eficiência energética, seguindo seus dois projetos vencedores da chamada pública da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a qual financiará ações que visam redução de consumo de energia elétrica.

Reunião de abertura do projeto contou com representantes da Faculdade, Fundep, do Demai, da SSA Soluções e da Cemig. Foto: Carol Morena

O gerente de convênios da Medicina, Cleverson Pena, conta que a Instituição inscreveu dois projetos e os dois venceram a chamada pública de 2016. Um será para o próprio prédio da Faculdade, com a substituição completa de todas as lâmpadas (4.136 unidades) por do tipo led, que são mais econômicas. “Além da substituição, o financiamento servirá para a aquisição das lâmpadas e seu descarte obrigatório”, explica Pena.

“Já o outro projeto será para a Biblioteca J. Baeta Vianna, que além do retrofit das lâmpadas (substituição das 1.170 unidades por led), terá a instalação de uma usina fotovoltaica (painéis de energia solar)”, continua o gerente. A usina ficará no quarto andar da Faculdade, escolhido pela posição e inclinação que captam maior incidência solar, e levará energia através de fios.

O objetivo é que a Biblioteca fique, em média, autossustentável. “Haverá horas que ela consumirá energia da rede da Cemig e terão vezes, como nos finais de semana e demais momentos de menor frequência, que produzirá mais energia do que seu consumo, devolvendo, assim, para a rede”, explica.

Projeto piloto

A Faculdade de Medicina é a primeira unidade da UFMG a vencer uma chamada pública como essa e, segundo Cleverson Pena, a usina fotovoltaica também é um projeto piloto para a Medicina, que tem a intenção de, futuramente, ampliar para o seu prédio.

O diretor da Instituição, Tarcizo Afonso Nunes, aponta a relevância do financiamento dessas ações. “Acredita-se que teremos uma economia de oito a dez mil reais por mês, quando tiver tudo implantado”, afirma. “Além disso, essa é uma oportunidade para divulgar mais a energia solar, gerada com um recurso que é abundante no país. Um projeto desses dentro da Faculdade, que é uma instituição pública, tem visibilidade de grande relevância”, completa.

As ações

A execução dos projetos, que deverá ser realizado em um período de 12 meses, começa com a medição de consumo de energia, a linha de base, como diz Pena. Ao longo dessa execução, haverá outras medições. No término, durante trinta dias, será feita uma verificação para comprovar que as ações efetivamente trouxeram queda no consumo de energia. Todas as medições serão feita nos padrões internacionais, por uma empresa especializada.

“Dentro da execução dos projetos também há treinamento e capacitação do público-alvo da Faculdade sobre consumo e economia de energia”, lembra Pena.

Execução do projeto

Na última segunda-feira, 31 de julho, foi a realizada uma reunião de abertura do projeto, na sala Aurélio Pires da Faculdade. O encontro contou com a participação de representantes da Faculdade, da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa  (Fundep), do Departamento de Manutenção e Operação da Infraestrutura (Demai), da SSA Soluções e da Cemig.

A assessora de Relações Institucionais da Faculdade de Medicina da UFMG, professora Cecília Nogueira, lembrou que esta reunião é o início para a execução do projeto. “Recebemos algumas orientações, foram discutidos alguns itens do edital, mas também é um momento de comemoração. A Faculdade de Medicina está participando da construção de um novo modelo energético”, comentou.

A SSA Soluções foi a empresa responsável pela elaboração do projeto que foi enviado para a Cemig. De acordo com o engenheiro civil, Ernane Souza, serão instalados painéis fotovoltaicos, que transformam a energia do sol em energia elétrica. Durante o dia, o sistema gera essa energia elétrica e aquilo que for excedente, será lançado na rede de Cemig e volta para o prédio. “Estamos falando de mudança de época. Agora o consumidor vai poder gerar sua própria energia e a Faculdade de Medicina é uma das protagonistas dessa mudança significativa”, afirmou.

Atualmente, a Fundep conta com uma gerência que trabalha com os projetos de obras da fundação. Além de participar do planejamento de execução, também é a responsável pelos processos de compras, importação, contratação de pessoal e monitoramento para garantir que a obra seja executada dentro do programado. Segundo a gerente de projetos da Fundep, Luciana Papatella, esta é a oportunidade para trabalhar em um projeto inovador. “Entendemos que podemos usar essa experiência que vamos trabalhar aqui para replicar dentro da Universidade. A UFMG tem muito a ganhar e a Fundep tem muito a oferecer”, comentou.

Também participou da reunião o engenheiro de soluções energéticas da Cemig, Cleiton Ferreira. Segundo ele, além da importância para o cliente, por ter redução do consumo de energia elétrica, a energia fotovoltaica também colabora com a Companhia. “A energia que o cliente deixa de consumir, é disponibilizada para outras pessoas. Há também uma otimização do nosso sistema elétrico, que com a redução do consumo na região, nosso sistema fica aliviado”, explicou Cleiton.

O contrato prevê 24 meses para a execução do projeto. Entretanto, de acordo com o engenheiro eletricista do Demai, Emerson Silva, a expectativa é que a troca das lâmpadas convencionais seja feita até o final do ano. “A redução do consumo de energia elétrica é imediata com a substituição das lâmpadas convencionais que produzem a mesma iluminação”, avalia.