Professores podem se cadastrar para tutoria de alunos estrangeiros

Projeto possibilita ampliar trabalho para além das fronteiras


07 de agosto de 2019 - , , , ,


Professores da Faculdade de Medicina da UFMG podem se candidatar para tutoria de intercambistas de Medicina, que chegam de diferentes regiões do mundo por programas da Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA). O projeto é uma via de duas mãos: os alunos adquirem experiências internacionais em pesquisa ou prática médica e os tutores podem ampliar o impacto e exposição do trabalho para além das suas fronteiras.

O regulamento para esse intercâmbio foi recentemente aprovado em resolução do Centro de Relações Internacionais (Crinter) da Faculdade de Medicina, em conjunto com a Coordenação Local de Estágios e Vivências (Clev) do Diretório Alfredo Balena (DAAB). Os alunos estrangeiros são recebidos mensalmente, durante todo o ano. Os intercâmbios têm duração de quatro semanas.

Em agosto, dois intercambistas serão recebidos pela Faculdade e orientados por professores da Farmacologia, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). “A intenção é divulgar a oportunidade, pois temos estrutura para receber bem mais que isso”, comenta a estudante do 5º período de Medicina e secretária geral do DAAB, Vitória Palmeira.

Pode participar como tutor qualquer professor que trabalhe em alguma área de prática médica ou em laboratório de pesquisas relacionadas à Medicina na UFMG, tanto os que estão na Instituição e hospitais associados quanto do ICB.

O cadastramento de professores é contínuo e pode ser feito neste link.

Por que ser tutor?

Os benefícios do intercâmbio são de mão dupla: os estudantes estrangeiros abrem portas para trocas de cultura e conhecimento, assim como os tutores podem ter a chance de difundir conhecimento para alunos de todo o mundo, desde o Sudão até a França.

“Para os professores, é uma oportunidade de conhecer o ensino médico em outros países através dos estudantes. Também através desse contato, o professor tem o poder de orientar, em estágio e internatos profissionais desses estudantes, possibilitando novos contatos em outras universidades e até estágios profissionais em instituições estrangeiras para os nossos estudantes”, analisa o coordenador do Crinter e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social, Ulysses Panisset.

Além disso, os tutores podem fazer o registro da tutoria como horas de recebimento de aluno intercambista, bem como contar com alunos dispostos a aprender e a ajudar no seu local de prática.

A Instituição também ganha com o projeto. “Esse intercâmbio aumenta a visibilidade internacional da Faculdade de Medicina com o benefício de estarmos expostos a uma série de outras visões e culturais que enriquece nosso trabalho”, acrescenta Ulysses.

O programa

A UFMG junto ao DAAB participa desse projeto de intercâmbio há mais de 10 anos. Porém, agora ele passa a ser regulamentado pelo Centro de Relações Internacionais da Faculdade. “A regulamentação pelo Crinter, além de promover e dar continuidade de trabalho de recebimento de estudantes estrangeiros, também facilita que nossos estudantes tenham uma proteção maior para intercâmbio”, avalia Ulysses Panisset.

Os estudantes que participam do intercâmbio ganham hospedagem, mas precisam arcar com as despesas com alimentação e passagem. A seleção dos alunos é feita considerando o desempenho acadêmico, o interesse do intercambista de participar do projeto e a disponibilidade de vagas no período escolhido para a sua viagem. Os selecionados podem optar por experiência internacional na área de pesquisa ou com a vivência profissional.

De acordo com a estudante Vitória Palmeira, as vagas são inseridas em um programa mundial de intercâmbios. Por isso, quanto mais alunos a UFMG puder receber, maior a chance dos estudantes da Faculdade de Medicina conseguirem vagas em países mais concorridos como Alemanha e Inglaterra. Somente no ano passado, mais de 15 alunos da Instituição foram recebidos em diferentes regiões do mundo. E neste ano, 12 já estão em processo de viagem.

Mini entrevista

O professor Departamento de Farmacologia do ICB, Fabrício Moreira, coordena o Laboratório de Neuropsicofarmacologia (LNP) junto à professora Daniele Aguiar, também do ICB. O laboratório já recebeu diversos intercambistas de países como Itália, México, Egito, Tunísia,  Alemanha e Indonésia. Em entrevista, o professor conta um pouco dessa experiência:

Equipe do Laboratório de Neuropsicofarmacologia do ICB.

Como foi essa experiência para o senhor?

Fabrício: Tem sido experiências sempre positivas, de aprendizado pessoal e profissional.

Quais atividades foram desenvolvidas pelos alunos estrangeiros?

Fabrício: Nosso laboratório se preocupa em passar a melhor experiência possível para os alunos! Os intercambistas desenvolvem atividades científicas em Farmacologia, tanto teóricas quanto práticas, incluindo experimentos em laboratório, apresentação de seminários e discussões sobre nossos projetos de pesquisa. Além disso, sempre enfatizamos a importância cultural do intercâmbio, fazendo com que os alunos apresentem seminários sobre os seus países de origem e que conheçam a cultura brasileira e mineira.

 O senhor recomendaria outro professor a fazer o mesmo? Por quê?

Fabrício: Com certeza! Pelas razões ditas acima: são experiências engrandecedores, de aprendizado em vários aspectos. Além disso, defendo que a Universidade seja sempre a casa da diversidade, o que inclui diversidade de nacionalidades, possibilitando a todos expandir horizontes e quebrar preconceitos. No contexto em que nosso país vive hoje, de extremismos e intolerância, considero essa experiência não somente desejável, mas necessária!

Mais informações: clevufmg@gmail.com