Fono comemora 9 de dezembro com reflexão
04 de dezembro de 2008
Na próxima terça-feira, 9 de dezembro, se comemora o Dia do Fonoaudiólogo. A data marca a promulgação da lei que regulamenta a profissão, mas também simboliza toda uma trajetória de lutas em defesa de um saber por vezes ainda incompreendido.
Para contribuir no processo de conscientização quanto ao real papel deste profissional para a saúde, a primeira professora do curso de Fonoaudiologia da UFMG, Ana Cristina Côrtes Gama, fala sobre alguns aspectos da profissão.
Formada em 1990, onze anos mais tarde já se sagrara especialista, mestre e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, tendo se dedicado especialmente à área de voz. Membro da comissão assessora do MEC, atualmente Ana Cristina é chefe do Departamento de Fonoaudiologia da UFMG.
ENTREVISTA
Professora, como surgiu a Fonoaudiologia ?
– A profissão de fonoaudiólogo foi regulamentada por Lei promulgada em 9 de dezembro de 1981. Mas existem registros que dão conta de que ela já vinha sendo idealizada desde a década de 30. Como ciência, surgiu a partir da necessidade de se oferecer respostas a aspectos da comunicação que a medicina e a lingüística não eram suficientemente eficazes para solucionar. Também estava relacionada, em seus primórdios, à experiência acumulada por professores, que tinham dificuldade em lidar com as diferenças encontradas em sala de aula.
E hoje, em linhas gerais, em que consiste ser fonoaudiólogo ?
– Bem, por definição, a Fonoaudiologia tem como objetivo o estudo e a pesquisa dos métodos e técnicas de prevenção e terapia, realizadas na comunicação oral (fala – linguagem) e escrita, voz e audição. Hoje, a profissão cresceu e conquistou um espaço claro e de grande importância na habilitação e na reabilitação da linguagem, quer seja na área da educação (escolas, empresas, artes cênicas, voz profissional e cantada) quer na saúde (hospitais, clínicas, centros de saúde). Os profissionais já são mais reconhecidos em vários segmentos da sociedade. Mas ainda há barreiras, e é preciso que as futuras gerações de profissionais compreendam exatamente a dimensão do nosso trabalho.
Como anda o mercado de trabalho na área?
– Crescendo! Apesar da crise, continua crescendo. Principalmente no setor público, relacionado aos Núcleos de Apoio à Saúde de Família. Vários concursos vêm sendo realizados, exigindo que o profissional tenha sólidos conhecimentos em saúde pública. Mas, vale ressaltar também que um várias escolas têm colocado no mercado a cada ano um grande número de novos formados. Por isso é preciso que a pessoa invista em uma formação bem estruturada. Isso é que irá permitir que sua inserção no mercado seja mais ou menos rápida. Além da graduação, como em todas as áreas, é imprescindível que o profissional continue sempre estudando e se mantendo atualizado.
Amanhã a Sra. profere palestra sob práticas baseadas em evidências …
– Atualmente o uso do conhecimento adquirido a partir das práticas com base em evidências de pesquisa é uma demanda dos profissionais da área da saúde, em geral. Na Fono, esta talvez seja uma das principais formas de se descobrir, analisar, avaliar e aplicar o tratamento e também o gerenciamento da saúde indicados. Ou seja, esse método permite integrar pesquisa científica e prática clínica no processo de tomada de decisões sobre o diagnóstico e o tratamento de pacientes com distúrbios da comunicação.
Serviço
A palestra “Prática fonoaudiológica baseada em evidência” acontece no dia 9/12, a partir das 19h, na sede do Conselho Regional de Fonoaudiologia (CRFa – 6ª região). Avenida do Contorno 9787, bairro Prado. Em frente ao Hospital Felício Rocho. BH. MG.
Acesse o sítio do Departamento de Fonoaudiologia
Redação: Marcus Vinicius dos Santos – Jornalista
Foto: Eber Faioli – Revista Diversa/UFMG