Golpe de 1964 e a luta pela democracia em exposição no Centro Cultural
19 de julho de 2017
Além de cinco salas para visitação, poderão ser conhecidas obras inéditas de oito artistas convidados especialmente para a mostra
Aberta à visitação pública até 31 de julho, no Centro Cultural UFMG, a exposição Desconstrução do Esquecimento: Golpe, Anistia e Justiça de Transição revisita momentos da história do país. A mostra, que faz parte das comemorações dos 90 anos da UFMG, foi concebida no âmbito do projeto Memorial da Anistia do Brasil.
Estruturada em três eixos: golpe, anistia e justiça de transição, ela foi montada em cinco salas da galeria Aretuza Moura, do Centro Cultural UFMG, e reúne obras inéditas de oito artistas.
Com curadoria do professor e escultor Fabrício Fernandino, a exposição tem subtemas como estruturas de repressão, desrespeito aos direitos indígenas, articulação das mulheres na luta pela anistia e políticas de reparação. O público poderá ter contato com um material rico em textos, fotos, vídeos, áudios e objetos, além de livros, documentos e jornais da época, fruto de um trabalho de pesquisa que envolveu profissionais de diferentes áreas da universidade. O visitante será também convidado a percorrer uma linha do tempo em que momentos importantes da luta pela democracia dialogam com manifestações e expressões artístico-culturais da época.
A base conceitual da exposição, que norteou os núcleos de Expografia, Design Gráfico e Design de Luz, foi forjada buscando relacionar elementos que remetem ao passado, presente, repressão, resistência e avanço. O objetivo é possibilitar uma leitura contemporânea, ao mesmo tempo em que remete a um passado que se repete. São usados andaimes e escoras de estruturas em construção que se inserem conceitualmente como algo que opera na transição, que está sendo construído, em consolidação e faz referência a atual situação do Memorial da Anistia Política do Brasil.
O material pesquisado para a exposição “Desconstrução do Esquecimento: Golpe, Anistia e Justiça de Transição” é fruto de parceria com o Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória, vinculado à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, e o Centro de Estudos sobre Justiça de Transição, da Faculdade de Direito, ambos da UFMG, baseado no mapa curatorial da exposição de longa duração do Memorial da Anistia Política do Brasil.
Obras inéditas
Oito artistas convidados de diferentes áreas das artes criaram obras inéditas para a mostra, que integrarão o acervo do Memorial da Anistia Política do Brasil e serão apresentadas com exclusividade na mostra Sentimentos, na sala Celso Renato, no segundo pavimento do Centro Cultural UFMG.
Os artistas são: Clébio Maduro, Eder Santos, Eustáquio Neves, Jorge dos Anjos, Marco Túlio Resende, Mário Zavagli, Maurício Gino e Shirley Paes Leme. Produzida pelo curador da exposição, professor Fabrício Fernandino, a escultura Projeções da memória homenageia os quatro estudantes da UFMG mortos pela ditadura militar (Gildo Macedo Lacerda, Idalísio Soares Aranha Filho, José Carlos Novaes Mata Machado e Walquíria Afonso Costa) e poderá ser vista no pátio interno do Centro Cultural.
A visitação é aberta de segunda a sexta-feira, as 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 13h. O Centro Cultural UFMG fica na avenida Santos Dumont, 174, no Centro de Belo Horizonte.
Redação: com Cedecom/UFMG