Hemodiálise e saúde renal são temas do Saúde com Ciência desta semana

Terapia é essencial para qualidade de vida de pacientes de doenças renais crônicas. Mudanças de hábitos como alimentação e ingestão de líquidos são essenciais.


18 de abril de 2024 - , , ,


De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, as doenças renais crônicas afetam mais de dez milhões de pessoas no Brasil. Uma das alternativas de tratamento para a falência renal é a hemodiálise. Nela, o sangue do paciente é filtrado externamente, por meio de uma máquina conectada às veias do paciente, substituindo a filtragem renal que acontece em pacientes com rins operantes.

Segundo a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e convidada do Saúde com Ciência, Lilian Pires de Freitas, o paciente é conectado à máquina através de uma fístula arteriovenosa, uma ligação entre uma artéria e uma veia, por onde o sangue do paciente é enviado à máquina para ser filtrado e devolvido ao sistema circulatório. “O capilar da máquina de hemodiálise filtra o sangue, tirando as impurezas, tirando o líquido em excesso, devolvendo o sangue limpo para o paciente. É um procedimento feito, geralmente, três vezes por semana, durante quatro horas”, detalha a professora.

Algumas das causas mais comuns da falência renal são problemas de saúde comuns à população. A professora Lilian informa que o controle da hipertensão arterial, do diabetes e de comorbidades como a obesidade, o tabagismo e o colesterol alto são muito importantes para garantir um bom funcionamento renal.

“O tratamento de substituição renal, do ponto de vista de hemodiálise, diálise peritoneal e transplante, no Brasil, é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mais de noventa por cento dos pacientes hoje fazem esse tratamento custeado pelo SUS. É um tratamento de alta complexidade que funciona adequadamente. A grande restrição hoje é o número de vagas, pelo aumento contínuo e exponencial do número de pacientes com doença renal crônica em estágio cinco, com necessidade de hemodiálise. Hoje existe uma falta grande de vagas em todo o país.”

Professora Lilian Pires de Freitas

Restrições alimentares

De acordo com a professora Lilian Freitas, existem algumas restrições alimentares para os pacientes que realizam hemodiálise, a principal delas sendo relativa à ingestão de líquidos. Devido ao fato de o paciente não mais urinar, pois seus rins não fazem mais o trabalho de filtração do sangue, o paciente precisa ter um maior controle sobre a quantidade de líquidos ingeridos para não ter um aumento abrupto de líquido no sangue entre as sessões de diálise.

“Ele também precisa ter um controle da ingestão de sal, pois quando o paciente come muito sal, ele tem muita sede, e consequentemente ele vai ingerir muito líquido entre uma sessão e outra. Há também a questão dos alimentos ricos em fósforo”, detalha a professora. Ela conclui, informando que há sempre um profissional de nutrição disponível nas equipes que realizam a hemodiálise, que pode orientar o paciente mais especificamente com base em seus exames e hábitos.

Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, vamos conversar sobre hemodiálise. Iremos explicar como funciona o tratamento, quais as principais doenças que levam à falência renal e a quais sinais devemos ficar atentos no quesito saúde dos rins. Iremos explicar também a oferta de tratamentos de substituição renais, como a hemodiálise, nos serviços públicos de saúde.

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.