Herpes zóster: distúrbio pode sinalizar outras doenças no corpo

Mais conhecida como “cobreiro”, a herpes zóster se manifesta principalmente na pele e é mais comum após os 50 anos de idade


11 de julho de 2022 - , , , ,


A herpes zóster, mais conhecida como “cobreiro”, é uma doença causada pelo mesmo vírus da catapora, o varicela-zóster, que pode ficar inativo no corpo durante anos e ser reativado quando a imunidade do paciente estiver comprometida. Devido a isso, o aparecimento do distúrbio pode ser um sinal de alerta, já que, por estar associado à baixa capacidade de defesa do corpo, ele pode sinalizar doenças mais graves, como um câncer.

“Quando ela [herpes zóster] se expressa, é necessário responder à pergunta: ‘existe algo que é o provocador ou uma doença de base provocadora?’ A mais temível é a neoplasia, um câncer. Ela pode ser um indício de que temos que procurar uma neoplasia de base”, afirma o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Ênio Pedroso, que é convidado da semana do podcast “Saúde com Ciência“.

Entretanto, a baixa imunidade também pode ter outros fatores associados, como uma inflamação e até mesmo uma alteração de comportamento.

“Pode estar relacionado, por exemplo, a mudanças do humor, depressão, ansiedade, pressão do trabalho ou a pressão natural da vida. Então, não é necessariamente um sinal de que tem uma doença como o câncer, mas pode ter outras que precisamos estar afim de procurar para discernir se é ela a causa”, explica o professor.

Caso perceba sintomas da herpes zóster como lesões na pele, dores, formigamento, ardor, coceira, febre, dor de cabeça e mal-estar, procure um atendimento médico.

Prevenção

A herpes zóster pode ser evitada com a vacina específica para a doença. A mais recente começou a ser aplicada em junho deste ano no Brasil, a Shingrix, recomendada para pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos de idade e adultos com 50 anos ou mais.

No entanto, o imunizante ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Uma alternativa para se prevenir é a vacina contra a catapora, já que a doença é causada pelo mesmo vírus da herpes zóster. Ao contrário da Shingrix, ela é ofertada gratuitamente para a população. De acordo com o professor Ênio Pedroso, esse imunizante tem uma eficácia de 98%.

“O Sistema Único de Saúde talvez seja a instituição mais cidadã dos brasileiros, porque cuida da saúde de nós todos. Portanto, uma vacina não deve ser dispensada só para um grupo populacional. Um instrumento tão importante, que impede a evolução de doenças graves e, se tem uma eficácia desse nível, ela deve ser dispensada [para toda a população]”, conclui.

Saúde com Ciência

O programa de rádio e podcast Saúde com Ciência aborda sobre as causas, sintomas, formas de tratamento e prevenção da herpes zóster.

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.