Homens também podem ter distúrbios na tireoide

Os sintomas das doenças da tireoide são os mesmos nos homens e nas mulheres, com exceção das irregularidades menstruais.


06 de abril de 2016


Foto: Jupiterimages / Goodshoot / Getty Images

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Tanto mulheres quanto homens podem sofrer com diferentes tipos de distúrbios na tireoide, glândula produtora de hormônios com importante papel na regulação do metabolismo do corpo. É o que explica o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Josemar de Almeida. “As doenças da tireoide de um modo geral são, aproximadamente, cinco vezes mais comuns na mulher, mas também acometem os homens. A ciência ainda não encontrou uma explicação para esse fato”, afirma.

Almeida conta que quando a tireoide não funciona de maneira correta pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo, ou em excesso no caso do hipertireoidismo. Além desses, também podem aparecer nódulos e tumores na glândula. “Uma grande parte das doenças da tireoide são chamadas doenças autoimunes, provocadas por anticorpos produzidos pelo próprio corpo do indivíduo”, explica.

Sintomas

Segundo o professor, os sintomas das doenças da tireoide são os mesmos nos homens e nas mulheres, com exceção das irregularidades menstruais. “No caso do hipotireoidismo, os sintomas iniciais são mais lentos e vagos. A pessoa pode ter desânimo, perda de vontade de fazer as coisas, sono excessivo, queda de cabelo, queda de unha e, no caso da mulher, irregularidades menstruais”, esclarece. “Já no hipertireoidismo o excesso de hormônio acelera o metabolismo. A pessoa fica agitada, irritada, perde o sono, treme, soa muito as mãos, come mais e acaba perdendo muito peso”, esclarece.

Como a tireoide é responsável por regular o metabolismo do corpo, o professor alerta que os distúrbios podem acarretar em outros problemas de saúde para o paciente, levando a complicações graves. “O excesso de hormônio pode levar a um aumento da frequência cardíaca e precipitar doenças do coração como infarto e derrame, que são causas frequente da mortalidade desses pacientes”, pontua. “Por outro lado, a falta de hormônio também pode afetar o coração, inchando principalmente as membranas serosas e levando a problemas no corpo inteiro de modo geral”, continua.

Tratamentos

De acordo com Almeida, o tipo de tratamento depende do distúrbio que o paciente apresenta. Alguns casos necessitam da cirurgia para retirada da glândula, mas, de modo geral, o hipotireoidismo é tratado com a reposição do hormônio e o hipertireoidismo com tratamentos variados como medicação oral e iodoterapia.

No caso de tumores é feito uma cirurgia e, às vezes, uso do iodo radioativo como complemento do tratamento. “A causa mais frequente da cirurgia são os nódulos, especialmente quando se suspeita de malignos, e a contração da tireoide, quando ela comprime as estruturas do pescoço atrapalhando na respiração e a deglutição”, conclui.