Imunização contra a gripe também pode reduzir infecções bacterianas secundárias

Saúde com Ciência destaca doenças respiratórias mais comuns no inverno e como prevení-las


12 de julho de 2021 - , , , ,


A imunização contra a Influenza (gripe) se torna ainda mais importante nesta época do ano. Isso porque as temperaturas mais baixas e a maior convivência em ambientes fechados ajudam a aumentar a incidência de doenças respiratórias no inverno. E com a pandemia de Covid-19 – que também é uma doença viral com sintomas semelhantes ao da gripe – a imunização contribui para diferenciar o diagnóstico entre essas doenças e a evitar a sobrecarga do sistema de saúde, uma vez que reduz casos graves de gripe e, de forma indireta, casos de infecções bacterianas secundárias.

De acordo com a professora de clínica médica e pneumologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Valéria Augusto, as infecções virais podem favorecer o surgimento de infecções bacterianas secundárias, sejam do pulmão ou das veias aéreas. Nesse caso, as mais comuns são a pneumonia e a sinusite bacteriana.

“A infecção viral desfolha o epitélio, o revestimento da via aérea, seja do nariz, do brônquio ou da tranqueia. E isso favorece a super infecção bacteriana”, explica.

Por isso, a professora frisa que a vacinação contra a Influenza é importante para toda a população, pois além de ter ação protetora contra a gripe, evitando formas graves da doença, também tem ação protetora contra a pneumonia. “Ela [vacina] também diminui esse desfolhamento da via aérea, que favorece a infecção bacteriana, que é a causa da pneumonia”, esclarece.

Por que no inverno?

Uma das lições que a pandemia de coronavírus trouxe foi a importância da ventilação dos ambientes e do distanciamento físico para prevenir a transmissão de vírus. No entanto, durante o inverno, esses cuidados tendem a diminuir, uma vez que as pessoas tendem a procurar justamente os ambientes mais fechados.

De acordo com a professora Valéria Augusto, o uso de máscara e distanciamento social está diminuindo o contágio por outras doenças infecciosas das vias aéreas, o que reforça a importância de continuar com esses hábitos.

“Então, se mantiver ambientes arejados, ventilados, a vida ao ar livre mais intensa, e não ficar em ambiente fechado, diminui o contágio”, destaca.

A vacinação contra a gripe se soma a esses cuidados e, por isso, foi ampliada para toda a população brasileira acima dos seis meses de idade. Agora, cada município terá que decidir como essa ampliação ocorrerá. Em Belo Horizonte, capital mineira, crianças e adolescentes de 6 a 12 podem ser vacinadas a partir desta segunda-feira (12) devido ao retorno às aulas presenciais.

Além dessa faixa etária, já podem receber as doses pessoas com comorbidades acima de 12 anos e os idosos. De acordo com a Prefeitura, o chamamento para outros grupos ou faixa etária ocorrerá de forma gradativa e condicionado ao recebimento de doses.

Intervalo entre doses

O Ministério da Saúde recomenda intervalo mínimo de 14 dias, que deve ser observado entra a aplicação das doses contra a Influenza e coronavírus. Por isso, se a data marcada para sua vacina contra Covid-19 for no mesmo período da gripe, é importante priorizar a da Covid-19 e aguardar esse intervalo mínimo para tomar a da gripe. Vale lembrar que uma vacina não substitui a outra.

Saúde com Ciência

Alergias, gripe, asma, rinite e sinusite são doenças respiratórias, que podem ter sinais parecidos com o da covid-19. No programa de rádio Saúde com Ciência, saiba por que essas doenças são mais comuns no inverno, como prevení-las e se é possível diferenciá-las dos sintomas do novo coronavírus.

programa é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a quinta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.