Jovens são os principais afetados pelas doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn

* Madu Mendonça

A incidência das doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, tem aumentado nos últimos anos no Brasil, demonstrou levantamento da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) em 2022. Essas enfermidades podem causar complicações com risco de vida e os jovens, a partir dos 16 anos, são os mais suscetíveis a elas. 

A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa são doenças autoimunes, ou seja, o próprio sistema imunológico do paciente ataca seu organismo. De acordo com o professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do podcast Saúde com Ciência, Antônio Lacerda Filho, as pessoas entre 16 e 40 anos são os principais afetados. “Todo paciente nessa faixa de idade, que aparece com quadro crônico de diarreia, mais de um mês de diarreia, dor abdominal e emagrecimento, a gente tem que colocar entre as possibilidades de diagnóstico as doenças inflamatórias intestinais”, destacou.

No entanto, ele reforça que apesar da prevalência nos jovens, essas doenças também podem acometer crianças e idosos. Por isso, é importante se atentar aos sintomas que podem indicar que a pessoa tenha uma doença inflamatória intestinal: diarreia persistente, emagrecimento, náuseas e vômitos, cólicas abdominais e sudorese noturna. 

Diagnóstico precoce e tratamentos

As doenças inflamatórias intestinais podem gerar graves consequências à saúde dos pacientes, incluindo quadros de desnutrição, problemas no fígado e articulações. O professor Antônio destaca que o diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento. “Existem tratamentos que melhoram a qualidade de vida, então eu acho que umas das coisas mais importantes que existem na medicina é conscientizar as pessoas, porque, desta forma, será possível a prevenção e tratamento das doenças”, afirmou. 

Citação destaque: “Quando as pessoas não conhecem as doenças, elas não dão valor aos sintomas e os atribuem a outras condições quaisquer. Mas isso pode causar consequências graves a longo prazo. Por isso, é importante procurar um médico e saber reconhecer esses sintomas”, informou. 

Por fim, o professor destaca como é realizado o tratamento nesses casos. “O tratamento é clínico, com medicamentos anti-inflamatórios e, em algumas situações, é necessário que a pessoa seja operada. Essa cirurgia consiste em retirar a parte doente e fazer a emenda do intestino ou deixar a bolsa de colostomia em alguns casos”, explicou. 

Saúde com Ciência

O programa de rádio Saúde com Ciência desta semana conversa sobre as doenças intestinais, entendendo seus principais sintomas, diagnóstico e formas de tratamento. 

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

* Madu Mendonça – estagiária de Jornalismo

Edição: Alexandre Bueno