Medicina laboratorial é discutida na primeira Jornada da Propedêutica


13 de novembro de 2015


Exames laboratoriais são a base de 60 a 70% dos diagnósticos feitos pelos médicos. Ainda assim, existem poucos especialistas na área da patologia clínica, responsável por esses exames. É o que explica o professor do Departamento de Propedêutica da Faculdade de Medicina da UFMG, Leonardo de Souza Vasconcellos.

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Equipe de monitoria e organização do PatClin

Visando complementar a formação dos estudantes da saúde e apresentar a importância dessa especialidade, foi realizada entre os dias 3 e 5 de novembro a 1ª Jornada Acadêmica de Patologia Clínica (PatClin) da Faculdade. Com temas como diagnósticos de doenças comuns à população, o evento apresentou os diversos aspectos dos exames, indo da solicitação à sua interpretação.

Foram quatro conferências, uma delas ministrada pela presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Paula Fernandes Távora. “Essa palestra tratou de um assunto muito importante: o uso racional dos exames laboratoriais”, explica Leonardo Vasconcellos. “Muitas vezes, recebemos nos laboratórios listas com 10 a 15 exames para o mesmo paciente, em situações que três seriam suficientes para o diagnóstico”, diz.

Segundo o professor, essa grande demanda sobrecarrega o Sistema único de Saúde (SUS), que gasta tempo e recursos desnecessários. “É preciso então ensinar aos nossos alunos quando indicar esses exames, para que eles não sejam banalizados. Com tantas informações de uma só vez, o diagnóstico pode até ficar mais difícil de ser feito”, opina.

Aprendizado além das salas de aula

Além do conhecimento adquirido com as palestras oferecidas, os alunos tiveram outras oportunidades para expandir seus saberes. Sete deles fizeram apresentações de temas orientados, enquanto 17 contribuíram com pôsteres. Entre os assuntos abordados estavam exames para diagnóstico da doença celíaca, dengue e o antidoping. “Selecionamos temas pouco discutidos na graduação. O espermograma, por exemplo: os alunos só aprendem como interpretá-lo na residência médica”, lembra Vasconcellos.

Já os monitores do Departamento de Propedêutica tiveram uma experiência extra. Foram eles que organizaram o evento junto ao professor Vasconcellos, chefe da monitoria. “Até então nossos monitores somente ajudavam em aulas teóricas e práticas. A organização do evento foi uma experiência gratificante para eles e poderá ser um atrativo para que outros alunos se inscrevam na monitoria”, destaca o professor.

Para a monitora e aluna do 9ª período de Medicina, Mariana Evangelista Moreira e Figueiredo, o que mais chamou atenção foi a interação entre diversos cursos. “Entre os 93 inscritos tivemos alunos da enfermagem, biomedicina, farmácia, da UFMG e até mesmo de outras faculdades”, conta.

PatClin

Com 25 anos de existência do Departamento, esta foi a primeira vez que a Propedêutica realizou uma jornada acadêmica. “Nossa pretensão é fazer esse encontro anualmente, permitindo um maior conhecimento dos alunos da saúde”, afirma Leonardo Vasconcellos.

O evento também contou com a participação do urologista Reginaldo Martello, do patologista clínico Eurípedes de Alvarenga Barbosa e do cardiologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, Bruno Ramos Nascimento.