Medidas reduzem em 20% a mortalidade por tuberculose no Brasil


05 de novembro de 2015


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Foto: Reprodução

Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2015, mostram que, nos últimos dez anos, o Brasil reduziu em 22,8% a incidência de casos de tuberculose e em 20,7% a taxa de mortalidade pela doença.  Segundo a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, Silvana Spindola, a redução se deve à adoção de medidas instituídas pelo movimento Stop TB Partnership, uma iniciativa global para a erradicação da tuberculose no mundo.

Ela explica que a principal estratégia para o controle da doença no planeta, denominada Stop TB, é composta de seis medidas: buscar a ampliação e aperfeiçoamento da estratégia de Tratamento de Curta Duração Diretamente Observado (DOTS); lidar com a tuberculose ativa em pessoas que vivem com HIV (TB-HIV), tuberculose multirresistente (TB-MDR) e outros desafios; contribuir para o fortalecimento dos sistemas de saúde; engajar provedores de assistência global; contar com o apoio dos portadores de tuberculose e das comunidades; além de permitir e promover a pesquisa.

Mas, Silvana destaca que a detecção precoce  continua sendo a medida mais eficaz para o controle da doença, somada à adequada terapia medicamentosa, sobretudo para aqueles com a forma pulmonar positiva, ou bacilífera. “Esses indivíduos são considerados a fonte de infecção, ou seja, eles produzem bacilos do Mycobacterium tuberculosis que são mandados para o exterior ao tossir, espirrar ou falar”, completa.  Estima-se que se um indivíduo com essa forma da doença não for diagnosticado e tratado adequadamente, pode infectar de 10 a 15 outras pessoas no período de um ano.

Em quase 100% dos casos a doença é curável, desde que o paciente seja sensível aos medicamentos e siga o tratamento durante seis meses, sem interrupção. “Na maioria dos casos, logo nas primeiras semanas de tratamento é possível sentir uma melhora no quadro do paciente, por isso, ele precisa ser orientado pelo profissional de saúde a manter a terapia até o final, independente da melhora dos sintomas”, informa a professora. Ela também alerta que o abandono do tratamento antes do tempo previsto ainda tem um impacto muito grande para o índice de casos no país.

A professora ainda chama a atenção para que todas as pessoas que apresentarem os sintomas da doença procurem atendimento profissional. “Os pacientes com tosse e expectoração por mais de três semanas devem procurar a unidade de saúde mais próxima”, afirma.