Olhares sobre atenção do estado à saúde auditiva


02 de janeiro de 2013


Os trabalhos foram premiados durante o 20º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia

Foi com o objetivo de analisar a organização da Rede Estadual de Atenção à Saúde Auditiva em Minas Gerais que um grupo de estudantes de Fonoaudiologia da UFMG, orientados pelas professoras Sirley Alves e Stela Maris, do Departamento de Fonoaudiologia, puderam identificar as características do serviço em cada micro e macrorregião de saúde do Estado, o que permite a definição de áreas prioritárias de atuação.

O estudo buscou conhecer como a Rede está distribuída em Minas Gerais e como ela vem sendo utilizada nos quatro momentos de atenção à saúde auditiva: avaliação e diagnóstico, seleção e adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), acompanhamento e terapia.

Camila Contarini, uma das estudantes que participou do projeto, conta que o  trabalho é pioneiro. “Há na literatura estudos que avaliam Serviços de Atenção à Saúde Auditiva, mas não há estudos que referenciem geograficamente a organização e a utilização de uma Rede de Atenção à Saúde Auditiva”, explica.

Segundo ela, uma vez que a Rede foi referenciada geograficamente, foi possível qualificar a organização do serviço de acordo com as particularidades de cada área, o que pode subsidiar programas ou políticas voltadas para a melhoria do serviço, visando aumentar a eficiência na utilização de recursos públicos. Ou seja, esse estudo pode auxiliar na definição de áreas prioritárias de atuação de forma que a eficiência de Rede seja ampliada e a população receba melhor atendimento e tenha maior facilidade de acesso ao serviço.
O estudo, que ganhou o Prêmio de Excelência na categoria Saúde Coletiva durante o 20º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia, em novembro, avaliou que os procedimentos são realizados em todas as microrregiões do Estado, mas não há um padrão sistemático de distribuição espacial de tais procedimentos nas microrregiões. Isso significa que a utilização da Rede de Atenção à Saúde Auditiva se dá de forma heterogênea nas microrregiões de saúde do Estado.

Autopercepção em microrregiões
Na mesma categoria, outro estudo do mesmo grupo recebeu Menção Honrosa. Este buscou focar a experiência do paciente da Rede nas microrregiões de Curvelo e Sete Lagoas, através da sua autopercepção de saúde para, secundariamente, analisar o impacto dessa visão pessoal sobre seu processo de reabilitação.

A pesquisa revelou que metade dos pacientes se considera doente, e acha que a perda auditiva é uma doença. “Essa visão sobre a própria saúde impacta, automaticamente, na qualidade de vida do paciente”, afirma Carolina Campos, participante do projeto.

O grupo concluiu que é fundamental a orientação do paciente sobre a perda auditiva para melhoria de sua autopercepção da saúde, desde o momento de avaliação até a reabilitação, como o que ele pode fazer para minimizar a operação e incluir a família na terapia.

Estudos premiados na categoria Saúde Coletiva – 20º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia
“Análise da organização espacial da Rede Estadual de Atenção à Saúde Auditiva Em Minas Gerais”
“Autopercepção de saúde em usuários da Rede de Saúde Auditiva em microrregiões de MG” (Menção Honrosa)
Orientadoras: Professoras Sirley Alves da Silva Carvalho e Stela Maris Aguiar Lemos
Grupo de estudo: Carolina Campos Esteves, Ana Cristina Oliveira Mares Guia, Andrezza Gonzales Escarcere, Camila de Ferreira Rezende, Darlan Venancio Tomas Pereira , Fernanda Jorge Maciel, Gabriela Cintra Januário, Kleber Rangel Silva, Lilian Nobre Moura, Raimundo Oliveira Neto, Sarah Verçosa.