Pesquisa analisa influência da região de residência no tratamento do câncer do colo do útero em Minas

O estudo mostra a disparidade no tempo para iniciar o tratamento nas Regiões Ampliadas de Saúde do estado


19 de março de 2024


A pesquisa desenvolvida pela aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG, Daniela Pena Moreira, mostra a disparidade no tempo para iniciar o tratamento do câncer do colo do útero nas treze Regiões Ampliadas de Saúde (RAS). A região Norte foi onde a média de tempo para iniciar o tratamento foi menor, e não residir nessa RAS aumenta a média de tempo para iniciar o tratamento entre 24% e 93% em comparação com outras regiões do estado. Trata-se de um estudo transversal, recorte da Base Nacional em Oncologia (Base Onco). 

Os dados da pesquisa mostraram que 33,3% das mulheres residem na região Central, seguida da região Norte, com 10,2% e 9,2% da região Sul, que são as regiões do estado com maior número de mulheres. As regiões Norte e Sudeste se destacam por ter a maior proporção de mulheres tratadas em até 60 dias após o diagnóstico, enquanto as RAS Nordeste e Oeste têm menor proporção. 

Com relação ao deslocamento realizado pelas mulheres para se tratarem, 14,1% delas precisaram fazer um percurso de mais de três horas para se deslocar até o município de tratamento. E de todas as mulheres do estudo, cerca de 83% delas realizaram o tratamento na mesma região de residência, enquanto cerca de 17% precisaram se deslocar até outra RAS. 

“Esse tipo de câncer está relacionado à desigualdade e à vulnerabilidade social. Ele acomete mais mulheres pobres, devido ao menor acesso à educação em saúde, menor cobertura de vacinação e rastreamento, e também pelas limitações dos serviços de saúde em regiões mais pobres”, afirma.  

Prevenção

A transmissão do HPV ocorre majoritariamente pelas relações sexuais, por isso o uso de preservativos é de extrema importância. Existem outras medidas de prevenção que podem ser tomadas. A vacinação, que é disponibilizada através do SUS para jovens de 9 a 14 anos, e o rastreamento, feito pelo exame citopatológico (papanicolau) em mulheres com idade entre 25 e 64 anos. Além disso, é importante o tratamento rápido da lesão precursora do câncer identificada pelo rastreamento. 

Segundo a pesquisadora, a vacinação pode ser benéfica para todas as mulheres, independentemente da idade, mesmo que a mulher já tenha sido infectada pelo HPV ou até tenha apresentado uma lesão do colo do útero em função do vírus, há uma significativa redução das chances de apresentarem uma nova lesão. 

Leia a matéria completa no site da Faculdade de Medicina da UFMG