Pesquisa comprova importância de teste auditivo em bebês


09 de novembro de 2009


Fernanda_Botelho_Testes_AUditivos_Foto-Bruna_Carvalho_UFMGIntervir no tempo certo. Esse é o procedimento para melhorar o desenvolvimento da linguagem e da fala em bebês recém-nascidos com alterações auditivas.

É o que propõe a fonoaudióloga Fernanda Alves Botelho, do Hospital das Clínicas, em sua dissertação de mestrado em Ciências da Saúde, defendida este ano na Faculdade de Medicina da UFMG.

A realização da chamada Triagem Auditiva Neonatal, conhecida popularmente como Teste da Orelhinha, é fundamental para qualquer criança recém-nascida, principalmente para grupos com alto risco de perda auditiva.

“O diagnóstico deve ser feito preferencialmente até o terceiro mês de vida, para que a intervenção seja iniciada até o sexto mês”, orienta Fernanda Botelho, ao lembrar que a perda da audição na infância, se ocorrer antes do processo de desenvolvimento da fala, pode afetar o desenvolvimento da criança. Além disso, tende a trazer prejuízos para o aprendizado e a socialização.

A pesquisa

Intitulado Prevalência de alterações auditivas em bebês de alto risco, o estudo acompanhou 188 crianças nascidas no Hospital das Clínicas, durante 26 meses.

Segundo a metodologia adotada, foram considerados pacientes de alto risco aqueles com histórico de problemas de audição na família, que permaneceram em Unidade Neonatal e que tiveram infecção congênita, entre outros indicadores.

Entre as crianças avaliadas, 12 apresentaram alterações auditivas (6,3%), o que, segundo a pesquisadora, é um índice elevado. As crianças foram encaminhadas para avaliação otorrinolaringológica no Hospital São Geraldo, do complexo hospitalar da UFMG. Além disso, 174 apresentaram resultados normais (92,6%) e duas foram excluídas por questões estatísticas (1,1%).

Gratuito

Os programas de triagem auditiva no Brasil vêm sendo progressivamente implantados nos estados e municípios. Em Minas Gerais o exame, gratuito, é garantido por lei e está sendo implantado em todas as regiões.

Na capital mineira, a fonoaudióloga lembra que várias maternidades e hospitais oferecem o teste. “Os pais devem procurar o Centro de Saúde mais próximo e garantir que este exame seja feito”, alerta. Desde 2002, o Hospital das Clínicas da UFMG oferece o exame de triagem auditiva a seus pacientes.

SERVIÇO
Dissertação: Prevalência de alterações auditivas em bebês de alto risco
Autora: Fernanda Alves Botelho
Programa: Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Área de Concentração em Saúde da Criança e do Adolescente
Orientação: Maria Cândida Ferrarez Bouzada (orientadora) e Luciana Macedo de Resende (co-orientadora)
Defesa: 13 de março de 2009

Redação: Alisson Paiva – estudante de Comunicação Social da UFMG e bolsista de Iniciação Científica do CNPq na ára de Divulgação Científica da Faculdade de Medicina da UFMG.

Foto: Bruna Carvalho – estudante de Comunicação Social da UFMG.

Matéria publicada no Boletim UFMG N° 1675, de 09/11/2009.
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