Plataforma de simulação de casos clínicos poderá ser utilizada por alunos de medicina

A plataforma conta com a tradução de 30 casos clínicos selecionados conforme a prevalência mundial de determinadas doenças


17 de julho de 2024 - , , ,


Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Um acordo de cooperação entre a Faculdade de Medicina da UFMG e a Fundação Practicum – Instituto de Investigação Aplicada ao Ensino das Ciências da Saúde de Madrid (Espanha) trouxe para o curso de medicina o Simulador Practicum Script (PS). A plataforma conta com uma metodologia de aprendizagem baseada nos princípios da neurociência, psicológica cognitiva e ciência da complexidade e visa ser aplicada para treinamento e testes de habilidade de raciocínio clínico e capacidade de gerenciar incertezas na prática.

De acordo com a professora do Departamento de Pediatria e Coordenadora do Laboratório de Simulação (LabSim), Maria do Carmo Barros de Melo, a plataforma permite uma simulação de casos clínicos com hipóteses que pode ser verdadeira, falsos ou meio termo. Os temas foram selecionados conforme a prevalência mundial de determinadas doenças, o que permite aos alunos testarem o raciocino clínico.

Para ela, é importante “proporcionar aos alunos uma possibilidade de testar o raciocínio clínico e verificar como é o conhecimento dele em relação a outros estudantes de outras universidades do mundo que já fizeram esta prática”.

Os alunos recebem feedbacks realizados automaticamente e baseado em opiniões científicas de especialistas e medicina baseada em evidências (MBE). Um recente estudo piloto multicêntrico internacional, conduzido em parceria com o European Board of Medical Assessors (EBMA) envolvendo 2.457 estudantes de medicina sênior de 21 universidades em toda a Europa, Estados Unidos e América Latina, mostrou fortes evidências de boas propriedades psicométricas do programa PS, em termos de confiabilidade e validade, bem como altos níveis de aceitação entre estudantes de medicina.

“O aluno ganha no sentido de que ele tem a oportunidade de treinar, além de ter um feedback sobre seu raciocínio clínico. Ao mesmo tempo ele vai receber um certificado internacional, que isso a gente sabe que é importante para o currículo”, completa a professora.

A plataforma já começou a ser acessada pelos alunos do quinto e sexto ano do curso de Medicina, mas a ideia é que alunos do quarto ano também possam acessar utilizando casos diferentes e de complexidade progressiva.

Os professores Alexandre Barros e Cecília Ravetti, do Departamento de Clínica Médica têm atuado na supervisão dos alunos do sexto e quinto ano, respectivamente. O projeto conta com apoio de monitores de graduação voluntários. Para o início da oferta para os alunos do quarto ano, as coordenadoras da disciplina Clínica Médica V, professoras Letícia Silveira e Melina Guimarães estão na fase de organização do formato de implementação.

Tradução da Plataforma

A plataforma contou com tradução para que possa ser totalmente compreendida e utilizada por todos os alunos participantes do projeto. Para isso, foi realizada a tradução de 30 casos referentes a Clínica Médica por docentes da Faculdade de Medicina da UFMG.

Além da professora, Maria do Carmo, participou da tradução da plataforma as professoras do Departamento de Pediatria, Priscila Ferri Liu e Márcia Penido, e os professores do Departamento de Clínica Médica, Gustavo Penna e Paulo Henrique Diniz.

“A tradução foi realizada por professores da UFMG. Foi um trabalho voluntário que nós fizemos e que dependeu de um contrato firmado entre a UFMG e o Sistema de Educação Practicum Script”, afirma a professora Maria do Carmo.

De acordo com os professores, a plataforma será disponibilizada gratuitamente para os alunos até o final de 2025.  “Esta plataforma os alunos têm acesso pagando pelo uso e nós conseguimos este uso gratuito. Os alunos que têm participado do projeto, consideram que é muito importante, que eles têm aprendido muito, que ajuda para o estudo das provas da residência médica e que eles têm tido oportunidade de interagir com os próprios colegas e discutem as dúvidas, assim como os professores”, garante.