Pré e pós-operatório adequados reduzem riscos de cirurgia
19 de janeiro de 2016
O procedimento cirúrgico é indicado em situações diversas, mas nem sempre como última opção – numa hérnia inguinal, por exemplo, a cirurgia é o tratamento para o problema. Apesar dos riscos de qualquer operação, eles podem ser minimizados com um pré-operatório adequado. “Nele, esclarecemos ao paciente o tratamento cirúrgico a que ele será submetido e o avaliamos clinicamente para saber suas reais condições e particularidades”, explica a professora do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, Soraya Rodrigues de Almeida.
O pré-operatório tem início logo na indicação cirúrgica e os exames mais pedidos são o hemograma e o eletrocardiograma. Isso, porém, pode variar de acordo com o tipo de cirurgia proposta e as doenças de base do paciente, como hipertensão arterial ou insuficiência cardíaca. Segundo Soraya, além desses fatores, a faixa etária influencia: “Crianças muito pequenas ou pacientes muito idosos, que geralmente fazem uso de medicamentos e têm a saúde mais ‘comprometida’, exigem um cuidado especial. Somente um cirurgião pediátrico, por exemplo, opera uma criança”.
A professora revela que, por vezes, as pessoas dizem sentir mais medo da anestesia do que da própria cirurgia. “Elas já viram algumas situações de complicações na mídia, mas são exceções”, garante. Quando o indivíduo é submetido à anestesia geral, ele não consegue respirar sozinho – sua musculatura respiratória e o diafragma param, de modo que sua respiração acontece com o auxílio de aparelhos. Mas Soraya pondera: “Existem muitos mitos sobre o procedimento, como um que diz que, ao passar um tubo na garganta para o processo, haverá reflexo na fonação ou uma futura dor de garganta”.
Os principais riscos ligados à anestesia geral são alergias aos medicamentos ou uma recuperação mais lenta após seu uso. “Hoje em dia, no entanto, os procedimentos, drogas, anestésicos e aparelhos são muito seguros”, ressalta.
Algumas possíveis complicações são próprias do procedimento cirúrgico e outras decorrentes de doenças apresentadas pelo paciente. Há o risco, ainda, de infecções ou vazamento de secreções, por isso os cuidados recomendados no pós-operatório também são essenciais. Nele, o médico acompanha a repercussão da cirurgia realizada, a ferida operatória e a recuperação. “É preciso respeitar as instruções médicas, porque são as regras daquela cirurgia. E, então, minimizamos outros problemas”, destaca a cirurgiã.