Professora Dulciene Maria Queiroz recebe medalha Cícero Ferreira


01 de dezembro de 2020 - , , ,


Professora Dulciene Queiroz. Foto: Bruna Carvalho/ CCS

A professora Titular do Departamento de Propedêutica Complementar da Faculdade de Medicina da UFMG, Dulciene Maria de Magalhães Queiroz, foi homenageada pela Academia Mineira de Medicina (AMM) com a medalha Cícero Ferreira durante a celebração dos 50 anos de fundação da Instituição.

De acordo com o presidente da AMM e professor aposentado do Departamento de Cirurgia da Faculdade, Walter Pereira, a homenagem se deve ao destaque nos últimos anos. E acrescenta que a premiação é uma “láurea oficial da Academia, destinada à autoria de trabalho científico de grande relevância, produzido por médicos não pertencentes à Academia”.

Para a professora, a medalha ser recebida neste ano ganha ainda mais relevância. Isso porque além dos 50 anos da AAM, marca-se os 100 anos de morte do Cícero Ferreira, quem teve papel fundamental na história da Medicina em Minas Gerais e na construção de instituições de saúde que se destacam nesta pandemia.

Confira o depoimento da professora na íntegra:

“Fiquei emocionada quando fui informada pelo presidente da Academia Mineira de Medicina, prof. Walter Antônio Pereira, que o meu nome havia sido escolhido para ser agraciado com o PRÊMIO CÍCERO FERREIRA no ano da comemoração dos 50 anos da Academia e no ano que completa 100 anos do falecimento do médico Cícero Ferreira.
O prêmio neste contexto tem muito significado para mim. Cícero Ferreira, o primeiro médico de Belo Horizonte, foi incluído pelo médico e memorialista Pedro Nava entre os “Apóstolos da Medicina Interna Brasileira” pela qualidade, pela grandeza, pela lição, pela prática, pelo conselho e pelo exercício.
Consta no livro, Cícero FerreiraUm apóstolo da Medicina, de autoria do jornalista, escritor e historiador Mário Lara que, entre inúmeras atividades, Cícero Ferreira foi Chefe da Seção de Higiene da prefeitura de Belo Horizonte. Identificou a necessidade de haver na cidade uma instituição para atender pacientes com doenças contagiosas. Criou, então, um abrigo improvisado, no bairro Calafate, mas somente em 1910 foi construído um Hospital de Isolamento no Horto Florestal. Dois anos depois da morte de Cícero Ferreira, em 1922, o hospital foi denominado Hospital Cícero Ferreira, em homenagem ao médico que o idealizou. Em 1965, o Hospital Cícero Ferreira foi transferido para uma instalação precária até que um novo prédio fosse construído na Alameda Ezequiel Dias onde o hospital funciona até os dias de hoje, que com o prédio ao lado, Hospital Sálvio Nunes, formaram o Centro Hospitalar de Doenças Transmissíveis, posteriormente Centro Geral de Pediatria e atualmente Hospital Infantil João Paulo II, referência em doenças infecciosas.
Cícero Ferreira, ainda, criou a Santa Casa de Misericórdia, em barracas, e só posteriormente em tijolos e telhas. Foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina da UFMG e seu primeiro diretor, tendo também participado na criação do Hospital das Clínicas da UFMG e do Hospital São Geraldo.
Em um ano tão incomum, assolado por uma pandemia, não se pode deixar de salientar a trajetória relevante de Cícero Ferreira em diferente aspectos, mas com ênfase especial sua contribuição na criação de condições de atuar no controle de doenças infecciosas.”

Professora Dulciene Maria de Magalhães Queiroz

Dulciene Queiroz foi uma das primeiras residentes em Patologia Clínica da Faculdade de Medicina da UFMG e começou a fazer parte do corpo docente em 1976. Hoje ela continua à frente de descobertas importantes para área, principalmente em relação à Helicobacter pylori, um dos temas em que trabalha com mais ênfase.

A professora ainda foi a primeira representante da Faculdade de Medicina da UFMG na Academia Brasileira de Ciências (ABC), em 2014, e sua trajetória também já foi reconhecida com a Medalha da Inconfidência em 2016.

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