Manoel Otávio da Costa Rocha

Aos setenta anos, o professor do Departamento de Clínica Médica, Manoel Otávio da Costa Rocha, vê na docência a fórmula da juventude. Isso porque, para ele, vir à Faculdade de Medicina, orientar e pesquisar é uma fonte de prazer. “E você ainda é pago por isso”, brinca. O professor lembra que, na infância, era uma criança muito curiosa e que sua profissão permite que essa curiosidade persista até hoje. “Uma coisa de ser pesquisador e de ser professor que eu acho muito bonita é que você continua jovem. Isso, em meus professores, eu admirava. É uma jovialidade persistente e a manutenção dessa chama da curiosidade, do encantamento”, filosofa.

Para o professor, o que o ajudou a se formar é o exemplo. “Aqueles que fundaram a pós-graduação na qual eu me formei, os professores da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, eles que me ensinaram a fazer assim. Minha mãe e meu pai que doaram grande parte de seus salários para a minha educação e dos meus irmãos. Eu tive exemplo a vida toda”, lembra. “Eu ia à biblioteca todos os dias: de manhã e à noite. Empilhava os livros de índex medicus, buscando a literatura mais atual. Tinha professores que iam todos os dias. Isso, sem você perceber, serve de exemplo para você”, completa.  

Professor Titular desde 2002, Manoel Otávio vê no título não só uma questão de mérito, mas uma missão. “Claro que ser titular é uma honra, uma conquista. Mas não é só isso. Ser Titular é também a renovação de propósito, de valores, de um compromisso ético. Eu acho que a instituição tem direito de esperar que o professor Titular tenha compromisso e exerça esse compromisso crítico, de mudança e de aperfeiçoamento institucional”, afirma.

A paixão pela profissão e gratidão são temas dessa história.  

Texto: Maria Dulce Miranda
Produção e apresentação: Maria Dulce Miranda
Fotos: Carol Morena