Maria Isabel Toulson Davisson Correia

Eu não me contento com é porque é

Era a década de 1980 e a Guerra Fria ainda no auge. Com uma mochila nas costas em plena madrugada de inverno, a estudante de medicina que priorizava o prazer de viajar às farras da Faculdade, nos escassos períodos de recesso, desembarcava solitária em Berlim. Encontrou um ambiente catastrófico no lado ocidental, conheceu os dois lados do muro e “aprendeu a encarar as adversidades”, na própria definição da viajante.

Em meados de 1980, também dormiu em rede de pescador na Praia de Canoa Quebrada, no Ceará, com direito à falta de luz e banho de lata, sendo acordada pelos grunhidos dos porcos. Algum tempo depois, já formada, visitou uma das sete maravilhas praticamente vazia durante um feriado muçulmano que vetava o público em geral: o “fenomenal” Taj Mahal.

A busca por natureza e pelas histórias a serem compartilhadas também passa pelo Atacama, Muralha da China, Israel, Palestina e Cali, cidade colombiana famosa pela salsa, dentre tantos outros destinos. A bagagem bem que poderia ser de uma jovem e aventureira rainha, mesmo que a pesquisadora entrevistada neste História de Pesquisador só veja a semelhança no nome, corrigindo o entrevistador ao se apresentar.

“Na verdade não é só Isabel Correia, é Maria Isabel Toulson Davisson Correia. Nome de rainha! Só tem nome de rainha, mais nada”. E completa dizendo que se tivesse como se definir em uma palavra, seria uma camaleoa, pela capacidade de se reinventar, descobrir, criar e imaginar mil coisas. “Mas, mais do que camaleoa, eu acho que sou uma sonhadora, desde menina. E, apesar dos anos de experiência, ainda sonho com um mundo melhor, mais justo. Mas, essencialmente, adoro viver!”, declara.

Além de correr, nadar, praticar ginástica, mountain bike e muita dança, Maria Isabel Toulson Davisson Correia é nutróloga, professora titular, aposentada e convidada pelo Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, com pós-doutorado na University of Pittsburgh Medical Center. Se o sonho de ser diplomata não aconteceu, com a Medicina a mochila manteve-se às costas e a diplomacia é realizada, na medida em que a professora compartilha suas experiências na pesquisa médica “de norte a sul, leste a oeste pelo mundo”.

Texto, produção e apresentação: Lucas Rodrigues
Fotos: Carol Morena

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