Roda de conversa discute importância da especialização em saúde dos povos indígenas


25 de maio de 2023 - ,


Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

A roda de conversa: Saúde da População Indígena aconteceu na manhã de ontem (24), no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG, e faz parte do Seminário Direitos Indígenas: Diálogos em tempos de retomada democrática. Dando início à conversa, a diretora da Faculdade de Medicina da UFMG, professora Alamanda Kfoury Pereira, e a diretora da Escola de Enfermagem, professora Sonia Maria Soares, falaram um pouco sobre a importância da universidade na formação de profissionais indígenas.

Logo em seguida, as convidadas da roda trouxeram pontos importantes sobre a saúde (física e mental) dos povos indígenas, que devem ser discutidos. A enfermeira indígena, Simone Xacriabá falou sobre as dificuldades com vagas de atuação para profissionais indígenas, principalmente nas próprias comunidades. Além disso, falou sobre a sua experiência com outros povos e como é importante entender a cultura de cada um para ajudar.

Já a representante da Coordenação-Geral de Gestão do Conhecimento, da Informação, da Avaliação e do Monitoramento da Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Giovana Mandulão, falou sobre a atuação indígena na política, principalmente em relação as políticas de saúde, que, na maioria das vezes, são pensadas por pessoas sem conhecimento das interculturalidades dos povos, o que acaba não atendendo às demandas necessárias.

A Doutora por Notório Saber, Mestra Japira Pataxó, falou sobre vivência indígena e a importância desses povos na atuação da saúde. Além disso, ela complementou sua fala com seus conhecimentos em ervas medicinais, que são usadas para cura de doenças nas aldeias e como é importante a integração de jovens nas universidades. “O jovem (indígena) tem que estudar para ter um conhecimento de nós e cuidar do povo dele”, completa a mestra.

A psicóloga indígena, Nita Tuxá, começou trazendo o vídeo “Amazônia sem Garimpo”, que aborda questões do garimpo ilegal na Floresta Amazônica que afeta os povos indígenas. A profissional também abordou tópicos importantes da saúde mental indígena, principalmente daqueles que vêm para a cidade para estudar e levar novos conhecimentos para a comunidade.

Com intuito de pontuar dificuldade na formação de alunos indígenas e da importância de levar esses conhecimentos de saúde para as aldeias, a palestra ainda abriu espaço para a plateia falar, de forma que compartilhassem suas dores e necessidades para que fossem discutidas ali em meio a todos.