Semana de saúde mental da UFMG aborda democracia


12 de maio de 2023 - , , ,


O desfile do dia da luta antimanicomial é uma das atividades em direitos humanos com a participação da UFMG.
O tradicional desfile ocorre no dia 18, com a participação de usuários dos serviços de saúde mental, familiares, profissionais e estudantesFoto: Arquivo Semana de Saúde Mental e Inclusão Social | UFMG

De 16 a 19 de maio, será realizada a 11ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG, com diversificadas atividades em diferentes espaços dos campi Pampulha e Saúde, em Belo Horizonte. O evento é um convite à reflexão sobre “a transversalidade do tema”, como se explica no seu site, bem como sobre “a importância de promovermos a agenda de luta e defesa da saúde mental em uma perspectiva de fortalecimento dos direitos humanos”. Neste ano, o enfoque recai sobre as relações entre saúde mental e democracia, tema que atravessa toda a programação, composta de atividades propostas pela própria comunidade da UFMG.

“Essa é uma relação que diz de muitas coisas. Antes de mais nada, diz que a saúde mental está no âmbito dos direitos; que, para pensar políticas de saúde mental, é importante haver processos participativos e democráticos; que, para que a saúde mental possa acontecer, é importante que seus processos se deem dentro de um marco de liberdade e de autonomia dos sujeitos”, explica a professora Claudia Mayorga, pró-reitora de Extensão da UFMG. “Diz, sobretudo, que a saúde mental, em termos de política pública, precisa do SUS (Sistema Único de Saúde) e de um SUS que seja forte; diz que ela precisa se articular com outras políticas públicas da democracia, como as dos Direitos Humanos.”

Claudia Mayorga:
Claudia Mayorga: mais democracia, mais saúde mental. Foto: Foca Lisboa | UFMG

Claudia Mayorga situa a temática no contexto dos últimos quatro anos de retrocessos vividos pelo país no campo da garantia de direitos. “Voltou a ideia manicomial, voltou a ideia de patologização dos sujeitos de sofrimento, voltou a ideia de atendimento em saúde mental que segue a lógica privada. Houve a desqualificação de experiências sociais que estavam, nos últimos tempos, conferindo o status de sujeitos de direitos a essas pessoas, o status de sujeitos reconhecidos como cidadãos. Nós sofremos muito com tantas violações de direitos”, demarca.

Professora do Departamento de Psicologia, Claudia Mayorga lembra que a democracia é um processo em construção contínua, que busca promover o cumprimento dos direitos, sempre em diálogo com a população. “De modo geral, esse é o pano de fundo de toda a reflexão da Semana”, demarca.

Leia mais no site da UFMG.


Centro de Comunicação da UFMG