Seminário aborda desafios causados pelo racismo na saúde e no ensino


09 de outubro de 2023 - , ,


A Faculdade de Medicina da UFMG promove o seminário de bioética “Racismo na Saúde e no ensino: Como superar?”. O evento acontece no dia 18 de outubro, de 8h30 ao 12h30, no auditório do Cetes (6° andar da Faculdade de Medicina da UFMG).

O tema tem como abordará questões éticas inerentes às disparidade e desigualdades raciais na saúde, abordando a forma como o racismo estrutural impacta a tomada de decisão, o acesso igualitário aos serviços de saúde e a equidade no cuidado médico.  

O objetivo deste seminário é aprofundar essas discussões e buscar soluções para questões críticas de antirracismo no setor educacional e nos serviços de saúde, a partir da Bioética, cuja a visão é comprometida com a defesa dos direitos humanos, para o reconhecimento dos problemas gerados pelo racismo e no seu enfrentamento. Além de promover um diálogo inclusivo e construtivo para enfrentar o impacto do preconceito, visando uma sociedade mais justa e consciente.

Irão participar da mesa a jornalista, cientista política, criadora da Casa Dandara e ativista do movimento negro, Diva Moreira; o professor do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG e integrante da Comissão Permanente de Enfrentamento ao Racismo (CPER), Uálisson Nogueira do Nascimento, e a estudante do curso de Medicina da UFMG e integrante da Liga Acadêmica de Saúde da População Negra (LASPON), Maria de Fátima Ferreira Batista.

“A mesa está composta por pessoas que se reconhecem como negras, atuam publicamente na crítica e enfrentamento ao racismo, fazem parte de gerações diferentes, tendo formação variada. Uma mesa representativa e diversa”, afirma o professor aposentado e colaborador do Napem, Itamar Sardinha.

Clique para se inscrever

Além do público interno da Universidade (professores, estudantes, servidores, pesquisadores, etc), o evento deseja a participação do público externo, o que inclui, por exemplo, integrantes de conselhos de saúde, membros de organizações negras, profissionais do SUS e outras pessoas interessadas. Para os organizadores, o mais importante não é o número de pessoas presentes, e sim pessoas realmente interessadas em aprender e discorrer sobre a temática, que é tão importante e necessária.

De acordo com o professor Itamar, apesar de várias iniciativas da faculdade ao longo dos anos, os efeitos negativos do racismo ainda existem dentro da instituição e este evento é uma oportunidade de reduzir essa falha, somando-se às várias outras ações realizadas em curso.

Além do seminário, a universidade já contou com outras iniciativas de setores variados, com objetivos próprios e combate ao racismo, como Programa de Racismo Institucional realizado pelo NUPAD e os próprios grupos e comissões direcionados a comunidade negra, como a CPER, a LASPON e o Grupo de Estudos de Negritude e Interseccionalidade (GENI).

“O racismo atravessa a vida social, adoece, influencia a mortalidade, o acesso aos serviços de saúde, assim como práticas de ensino, de aprendizagem e pesquisa”, completa.