Seminário de Bioética discute a relação do SUS e saúde da comunidade LGBTQIA+

Com duas mesas-redondas, evento abordou os desafios nos cuidados à saúde da população LGBTQIA+


02 de junho de 2023 - , , ,


Foto: CSS / Faculdade de Medicina da UFMG

Na manhã da última quarta-feira, 31 de maio, aconteceu o Seminário de Bioética: “Reflexões sobre a Comunidade LGBTQIA+ na Saúde: respeito e inclusão”, no auditório do Cetes na Faculdade de Medicina da UFMG e transmissão pelo Youtube. O evento contou com duas mesas de conversa com a presença de participantes representativos para a comunidade LGBTQIA+, em busca de discutir questões relacionadas a saúde desta população.

Deram inicio à palestra, a diretora da Faculdade de Medicina da UFMG, Alamanda Kfoury, a médica cirurgiã e representante do CRMMG, Ivana Menezes, a gerente do CTR-DIP Orestes Diniz, Teresa Rodrigues Pereira, a diretora de política para população LGBTQIA+ de Belo Horizonte, Gizela Lima e o médico infectologista, professor Unaí Tupinambás, como forma de abertura do evento. Logo em seguida, o médico cardiologista, professor José Agostinho Lopes falou sobre o conceito de bioética e de onde o termo surgiu.

Médico infectologista, Máderson Alvares Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

A primeira mesa, moderada pelo professor Unaí Tupinambás, foi composta pelo médico infectologista, Máderson Alvares de Souza Cabral, pela educadora do Projeto Prep1519, Patrícia Hafarrany e pela aluna da Medicina, Ana Fê Araújo. Diante disso, os convidados discutiram sobre as barreiras de acesso e demandas de saúde da Comunidade LGBTQIA+ através do SUS.

“Eu tenho uma vivência como usuário do SUS mais restrita em situações que precisei de emergência. Há essa questão sobre ser reconhecido como um corpo LGBTQIA+ e a partir daí, seu tratamento e sua recepção naquele local mudar. Muitas vezes o foco vai diretamente para a saúde sexual, porque existe uma visão muito preconceituosa de que a pessoa LGBTQIA+ vai ter contato com o sistema de saúde por causa de uma DST”, afirma Máderson.

Já a segunda mesa trouxe como moderador o professor emérito da Faculdade de Medicina da UFMG, Dirceu Greco. Composta pelo subsecretário de direitos de cidadania de BH, Thiago Alves, a diretora de política para população LGBTQIA+ de BH, Gizela Lima e pela psicóloga e representante do gabinete da Deputada Bella Gonçalves, Larissa Amorim, a mesa discutiu políticas e estratégias para mudanças nos cuidados da saúde da comunidade. “A gente vai vivendo diversas violências nesse encontro da população LGBTQIA+ com a medicina”, pontua Larissa.

Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Para Gizela a formação talvez não seja mais o bastante para lidar com a saúde da população LGBTQIA+. “É preciso pensar em tudo o que já foi dito aqui como a gente, para além das capacitações e responsabilização, porque talvez a formação não seja mais suficiente. Acho que é importante saber, que quando a gente fala de nome social a entrada principal foi no SUS” completa.

Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Por fim, a discussão foi aberta ao público, dando oportunidade das pessoas, não só perguntarem, como também, trazer para a conversa vivências em relação a saúde da comunidade LGBTQIA+.

Para os interessados, a gravação do seminário está no canal do Youtube da Faculdade de Medicina, e ficará disponível até 10 de julho*. Os certificados poderão ser solicitados através de um formulário que está identificado na descrição do vídeo, para quem assistir à gravação e responder às perguntas necessárias.


*Atualizado em 06 de junho de 2023