Seminário internacional discutiu precariedades no trabalho


29 de junho de 2015


Imagem 143A Faculdade de Medicina da UFMG recebeu hoje, 29 de junho, palestrantes, nacionais e internacionais, especialistas na área da saúde do trabalhador para o “Seminário Internacional Trabalho, Emprego e Saúde: América Latina e Europa”.

A sessão foi aberta pelo diretor da Unidade, Tarcizo Afonso Nunes, e pelos coordenadores do seminário e professores do Departamento de Medicina Preventiva e Social, Ada Ávila Assunção e Tarcisio Marcio Magalhães Pinheiro.

O diretor destacou o papel do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade na organização do seminário. “A Faculdade está em um processo de internacionalização e este evento está dentro do conjunto de ações”, explicou.

Para a professora Ada o seminário trata de um tema que está em discussão no contexto atual do Brasil. “Hoje, na agenda política do país, está o tema da terceirização, que é uma das dimensões da precariedade. Do ponto de vista da saúde pública esse debate nos traz muitos desafios e objetos de pesquisa para os nossos alunos e projetos”, conta.

 

Desafios na América Latina
Marcelo Amable, professor da Universidade de Avellaneda na Argentina, apresentou um panorama sobre a precariedade do emprego e do trabalho na América Latina, com indicadores da economia e do mercado de trabalho ao longo dos anos, passando pelos impactos causados pela crise internacional de 2008, como a queda na taxa de emprego.

Segundo o professor, o trabalho precário é consequência do não cumprimento das normas trabalhistas. “Se pensarmos em termos de saúde e na melhora da qualidade de vida as políticas publicas existentes na área do trabalho ainda não são suficientes. Precisamos de novas políticas”, afirmou.

Para o palestrante, dentre as categorias ocupacionais, a informalidade tem grande impacto na saúde do trabalhador. A precariedade no trabalho é derivada da gestão e pode gerar instabilidade no emprego, vulnerabilidade e impactos no nível salarial e benefícios sociais. “O contrato de trabalho também tem que ser pensado do ponto de vista da saúde. Dentro das dinâmicas sociais, o contrato define as relações com os colegas e o espaço de trabalho”, explica.

Ainda de acordo com o professor para melhorar estas precariedades, é preciso pensar com cuidado no processo de organização do trabalho, nas normas de emprego e nos danos a saúde. “A saúde deve ser pensada como um espaço de negociações”, afirmou Marcelo.

As atividades do Seminário seguiram durante a tarde desta segunda-feira.

Seminário Internacional
O seminário abordou os temas trabalho, emprego e saúde através de um olhar comparativo entre Brasil, Argentina e Espanha. O evento foi realizado pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG, e contou com o apoio do Observatório em Saúde do Trabalhador (Osat).