Síndrome mão-pé-boca é benigna e autolimitada


20 de abril de 2018


*Raíssa César

Síndrome que acomete crianças de até cinco anos é causada por vírus e é autolimitada, ou seja, não exige tratamento e se resolve espontaneamente.

A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais alertou, na última semana, sobre surto da síndrome mão-pé-boca, que acometeu 107 pessoas em três municípios do estado de Minas Gerais, até quarta-feira, 11 de abril.

A síndrome, de acordo com o professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Jorge Andrade Pinto, é uma infecção viral causada pela família dos enterovírus, que são vírus que se desenvolvem no aparelho digestivo, principalmente o coxsackie e o echovírus, sendo que alguns outros vírus intestinais também podem causar a doença. “Ela acomete crianças abaixo de cinco anos de idade e, tipicamente, crianças ainda menores”, afirma.

O surto da síndrome acontece, geralmente, no outono e na primavera. Segundo o professor, cada estação do ano possui um grupo de vírus mais comuns, de forma que os surtos da síndrome mão-pé-boca ocorrem de maneira epidêmica nesta época do ano.

Jorge Andrade esclarece que, apesar de causar muito desconforto, trata-se de uma doença benigna, em que raramente há complicações. Quando ocorrem, as complicações são de ordem de infecções no sistema nervoso central, como encefalite ou meningite viral.

Em geral, porém, a doença se manifesta com período inicial de mal estar, febre e aparecimento de úlceras na mucosa oral. “São lesões dolorosas, com muita salivação, mal estar, linfonodos crescidos (que são estruturas responsáveis pelo combate a infecções) e, frequentemente, causam recusa alimentar”, explica o professor. “A criança sente muita dor, para de comer e, por vezes, se desidrata, pois não se alimenta adequadamente. Depois de dois ou três dias das lesões na boca, aparecem vesículas na palma da mão e na planta do pé, daí o nome da doença, com a evolução de 5 a 7 dias”, acrescenta.

A transmissão se dá por via aérea, pela saliva, e por via fecal/oral, de forma que se deve manter uma boa higiene e lavar sempre as mãos, como precaução principal.

O professor recomenda aos pais que as crianças acometidas pela síndrome mão-pé-boca permaneçam em casa até as vesículas desaparecerem. “Como se trata de uma doença autolimitada, que não exige tratamento e se resolve espontaneamente, o importante é aguardar que os sintomas desapareçam e evitar aglomerados e agrupamentos, principalmente em locais fechados”, recomenda.

 

*Redação: Raíssa César – estagiária de jornalismo
Edição: Mariana Pires