Solidariedade contra a malária

Aluno da Faculdade teve projeto premiado e agora
busca apoio de pesquisadores para a erradicação da malária no Congo


22 de abril de 2019


Aluno da Faculdade teve projeto premiado e agora
busca apoio de pesquisadores para a a erradicação da malária no Congo

O estudante de Medicina, Louison Mbombo, busca parceiras para seu projeto que visa
erradicar a malária até 2030 na República Democrática do Congo. Foto: Carol Morena

Você se lembra de Louison Mbombo e seu projeto de combate à malária na República Democrática do Congo? Em 2017, o projeto Preventing Childhood Malaria Death in Rural Gungu, Democratic Republic of Congo foi vencedor da competição de empreendedorismo cidadão da UNESCO, com 1º lugar na categoria popular e o 3º geral. Passados dois anos, ele conta os desafios e ações desenvolvidas a partir dessa competição, em que foi possível o tratamento de 30 mil pessoas no país africano.

“Quando ganhamos a competição, recebemos um certificado da UNESCO e nos ajudaram com o business planning (desenvolvimento da viabilidade do projeto). Estamos aguardando o retorno deles para colocá-lo na prática. Do nosso lado, a gente não pode parar: tentamos encontrar novos parceiros”, relata Mbombo, aluno de graduação em Medicina da UFMG.

No ano passado, a ONG “Solidariedade Na Mokili”, fundada por ele e que encabeça o projeto, conseguiu apoio de empresas internacionais para o financiamento de pesquisa com estatísticas da doença e para a divulgação das ações. A meta, agora, é erradicar a malária até 2030 na República Democrática do Congo.

“Inclusive, a erradicação é um dos ‘objetivos sustentáveis’ da ONU para o mundo”, realça o aluno. Para tanto, a ONG realiza ações voltadas para o tratamento e prevenção dos casos de malária, assim com para a capacitação dos que trabalham na área da saúde.

“Lá a saúde é paga, seja a nível público ou privado. Então, muitos pacientes, principalmente os mais vulneráveis — menores de cinco anos e gestantes, não têm como se tratar sem ajuda; um mosquiteiro custa US$2,00, sendo que muitos vivem com menos que isso por dia. Imagine”, argumenta Mbombo.

Dados da malária na República Democrática do Congo e na África. Infográfico: CCS Medicina

Ações em andamento

Para o tratamento dos pacientes, é realizada uma campanha aberta ao público com o objetivo de arrecadar recursos. “Desde então, quando os pacientes vulneráveis chegam ao hospital, a gente consegue, com um dólar de doação para a campanha, diagnosticar esse paciente e tratá-lo sem custos para ele”, explica.

Louison também conta que a ONG conseguiu realizar a capacitação para profissionais de saúde em Gungu – cidade mais pobre do país e foco inicial do projeto – a partir de um hospital de referência. Esse hospital, segundo ele, atua em 12 postos de saúde que atendem a população mais carente.

Já para a prevenção da malária, são distribuídos mosquiteiros e realizadas campanhas em rádios informando sobre a doença, medidas de proteção e de saneamento básico.

Resultados da iniciativa da ONG contra a malária, desde 2017. Infográfico: CCS Medicina

“25 milhões de pessoas no Congo têm malária. Tratamos só 30 mil…”, lamenta Mbombo. Por isso, ele faz um apelo aos pesquisadores que estudam a malária para que trabalhem juntos e que ajudem a ONG, na medida do possível, a submeter o projeto a outras organizações internacionais em busca de apoio.

“O projeto teve reconhecimento internacional e tivemos apoio de grandes empresas que estão ajudando a gente, mas o caminho ainda é longo. Por isso, estamos pedindo tanto por voluntários quanto por doações para que até 2030 o Congo seja um país sem malária”, pede Mbombo. “Lançamos a campanha de arrecadação em um site que facilita a doação no Brasil”, completa.

Para mais informações ou para se voluntariar, visite o site do projeto ou entre em contato através do email louisonmbombo@solidariedadenamokili.com.

Outros projetos da ONG

A Solidariedade Na Mokili também desenvolve outros projetos articulados com a área da saúde. O termo “Na Mokili”, significa “no Mundo”. “Trabalhamos para salvar vidas, derrotar a pobreza generalizada e também fornecemos ferramentas para a mudança sustentável para as pessoas mais vulneráveis à fome, violência e doenças. Todos da ONG são voluntários”, detalha Mbombo.

Segundo ele, os trabalhos em execução envolvem iniciativa contra o vírus Ebola; capacitação profissional de mulheres em zona rural; resgate e cuidados para mulheres e meninas vendidas para o trabalho sexual e afetadas pelo HIV; fornecimento de alimentos para famílias vulneráveis da província de Kasaï, que passa por crise humanitária, entre outros.