UFMG abre mostra que estimula reflexão sobre experiências do parto


20 de março de 2015


A UFMG abre hoje, dia 20 de março, a exposição Sentidos de nascer,instalada ao lado do Restaurante Setorial 1, campus Pampulha. A mostra visa ressignificar as experiências do parto e refletir sobre o ato inaugural da vida humana. Pode se visitada das 11 às 19 horas, na segunda, terça e quarta-feira, e das 11 às 21 horas, na quinta e sexta-feira.

Instalada em três contêineres e cinco ambientes, a exposição de caráter interativo e sensorial tem o objetivo de estimular a reflexão sobre a gravidez, o nascimento e o modelo de assistência ao parto no Brasil. O país é campeão mundial de cesarianas: 52% dos bebês nascem dessa forma (a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que esse procedimento seja utilizado em não mais que 15% dos partos).

O projeto foi idealizado pela pediatra, epidemiologista e coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, Sônia Lansky, e pelo professor da Faculdade de Educação da UFMG Bernardo Jefferson de Oliveira.

Juntamente com a exposição, que envolve professores e alunos bolsistas de diversos cursos da UFMG, está sendo realizada pesquisa para analisar os efeitos da mostra e avaliar as mudanças na percepção do público visitante sobre o parto e o nascimento.

A iniciativa tem financiamento e apoio do CNPq, do Ministério da Saúde, da Fundação Bill & Mellinda Gates e do Unicef.

Mudança de cultura
Sônia Lansky diz que o principal objetivo é promover a mudança no modelo de assistência ao parto no Brasil. Para ela, é a transformação pelo viés cultural que porá fim aos maus-tratos às gestantes, à violação de direitos das mulheres e da criança e aos efeitos adversos do excesso de cesarianas, que também não são reconhecidos socialmente.

“São efeitos graves para a saúde dos bebês, interferências na vinculação efetiva entre mãe e filho e intervenções desnecessárias no corpo da mulher e no processo natural do parto que deixam uma carga negativa para um momento tão importante. Devemos mudar mais rapidamente a forma como se nasce no Brasil, envolvendo profissionais da saúde e hospitais. Precisamos empoderar a sociedade sobre o que deve ser feito para a proteção da infância, da saúde e dos direitos das mulheres”, afirma Sônia Lansky.

Mais informações: www.sentidosdonascer.org

Redação: Cedecom/UFMG