Uso do álcool aumenta acidentes com queimaduras na pandemia

“Junho Laranja”, mês que alerta sobre a prevenção de queimaduras, é tema do Saúde com Ciência desta semana


14 de junho de 2021 - , , , , , ,


Ao alcance das mãos e disponível em diversos ambientes para proteção contra o novo coronavírus, o uso do álcool 70 %, tanto na versão líquida quando em gel, exige atenção redobrada. Isso porque esse produto inflamável tem sido umas das principais causas de acidentes com queimaduras durante a pandemia e se tornou, inclusive, o tema da campanha “Junho Laranja” deste ano, promovida pela Sociedade Brasileira de Queimaduras. Por isso, o programa de rádio “Saúde com Ciência” adere ao mês de prevenção e lança série especial sobre o tema.

Em formato de entrevista e também com versão em podcast, o programa explica como manusear o álcool em gel ou líquido, o que fazer para manter as crianças longe do perigo e como tratar as queimaduras de maneira adequada. A entrevistada convidada é a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG e médica pediatra intensivista do CTI do Hospital das Clínicas da UFMG, Romina dos Santos Gomes.

A especialista reforça que a higienização das mãos é importante para o combate ao vírus, e, por isso, o uso do álcool 70% passou a ser um aliado. No entanto, a substância representa risco quando está próxima a fontes de calor, levando a acidentes com queimaduras. Por isso, deve ser usada somente quando não há acesso à água e sabão e, mesmo assim, mantendo todos os cuidados necessários.

Entre esses cuidados, estão o de manter fora do alcance das crianças, longe da cozinha, não higienizar a casa com a substância e não fumar ou se aproximar de chamas, como a do fogão, após o uso do produto.  

De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras, entre março e novembro de 2020, foram 700 internações por queimaduras com álcool. Isso, sem considerar os acidentes de menor grau, que não precisaram de hospitalização.

No ano passado, o Hospital João XXIII, referência nesse tipo de atendimento, registrou 93  internações de pacientes que sofreram queimaduras causadas por álcool, cerca de 20% por total. E apensas nos quatro primeiros meses de 2021, o hospital recebeu 138 pacientes, sendo 40 por queimaduras causadas pelo produto, o que representa quase 30% das internações. Já na UTI de Queimados, nesse mesmo intervalo de tempo, mais de 40% das internações graves ocorreram por utilização indevida do álcool.

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