Colesterol alto: casos mais precoces e novos medicamentos

Nova edição das Aspas Sonoras aborda relação entre doenças cardíacas em jovens com os novos valores de referência para o colesterol


09 de novembro de 2017


Nova edição das Aspas Sonoras aborda relação entre doenças cardíacas em jovens com os novos valores de referência para o colesterol

Warlen Valadares*

O colesterol alto, conhecido clinicamente como hipercolesterolemia, é uma doença silenciosa e sua primeira manifestação pode acontecer com um infarto agudo do miocárdio. Ela é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, que respondem por cerca de 30% dos óbitos no Brasil. Em 2030, a tendência é que a manifestação dessas doenças ocorra cada vez mais precocemente. Segundo a cardiologista e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Rose Mary Lisboa, esse foi um dos motivos para, no último mês de agosto, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alterar os índices de referência para o colesterol:

 

A partir das novas diretrizes, pessoas com risco cardíaco muito alto devem manter o LDL, chamado de mau colesterol, abaixo de 50 mg/dl. Além disso, o jejum passa a não ser obrigatório para o exame de colesterol. Essas e outras mudanças são destaques dos programas de segunda e quarta da série “Colesterol Alto”, produzida pelo Saúde com Ciência.

A também cardiologista e professora Faculdade de Medicina, Rosália Morais, afirma que estudos recentes e as diretrizes americana e europeia foram determinantes para a mudança realizada pela SBC. Ela destaca a importância do consenso na comunidade médica sobre os valores ideais para as frações do colesterol e pondera que a realização ou não do jejum deve constar no resultado do exame:

 

Rosália Morais também cita as principais consequências do colesterol alto e explica porque pessoas com diabetes estão mais suscetíveis a desenvolverem quadros mais graves:

Consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas favorece o aumento do colesterol. Foto: Carol Morena

 

Tratamento: novos medicamentos

Após o diagnóstico da hipercolesterolemia, o médico pode prescrever algum medicamento que reduza os níveis de colesterol no sangue. Atualmente, as estatinas são a principal classe de remédios utilizada, mas diversos fatores influenciam na escolha do medicamento:

 

Em 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou novos medicamentos para o combate ao colesterol alto. Esses, no entanto, ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) devido aos altos valores. A professora Rose Mary Lisboa explica o mecanismo de ação dessas substâncias e suas vantagens em relação aos fármacos utilizados há mais tempo:

 

A importância das atividades físicas e uma dieta rigorosa para o controle das taxas de gordura no sangue foram assuntos do programa de sexta. Para concluir, Rose Mary cita os principais alimentos a serem evitados pelas pessoas com quadros de hipercolesterolemia:

 

Aspas Sonoras

As “Aspas Sonoras” é uma produção do Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG que ampliam a discussão sobre os temas abordados nas séries realizadas pelo Saúde com Ciência. As matérias apresentam áudios e textos inéditos do material apurado na produção das séries.

A série “Colesterol Alto” foi ao ar entre os dias 25 e 29 de setembro. Nela, foram abordadas as principais causas, diagnósticos, tratamentos e prevenção do quadro.

*Edição: Lucas Rodrigues