A infodemiologia é parte da realidade e do futuro


04 de setembro de 2014


Não é novidade que a Medicina moderna se utiliza de novas tecnologias da informação para solucionar desafios da área da Saúde. E foi a partir desta evidência que a mesa-redonda “Inovações das tecnologias de informação no cuidado à saúde. Realidade e futuro: infodemiologia” tratou, nesta tarde de quarta feira, 4 de setembro, assuntos como a dengue, o crime, e os avanços tecnológicos em imagenologia e radiodiagnóstica.

A vigilância epidemiológica da dengue

O professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, Wagner Meira Júnior, trouxe informações relacionadas ao Observatório da Dengue, um projeto realizado em parceria da UFMG, do Ministério da Saúde, e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O projeto é um sistema de vigilância epidemiológica ativa a partir de dados coletados na internet, por meio de redes sociais.

Congressistas acompanham debate sobre infodemiologia

Congressistas acompanham debate sobre infodemiologia

Nos últimos quatro anos, quase três milhões de mensagens foram detectadas. “Um fato peculiar quando observamos essas mensagens associadas à dengue, é o de que várias pessoas manifestaram uma experiência com a doença, relatando os sintomas ou associando a outras pessoas conhecidas. Essa experiência com a doença é um indicador muito forte da sua incidência numa dada região, num dado momento” relatou o professor.

Segundo Wagner, com essas estatísticas é possível prever com até dois dias de antecedência um surto da doença em determinado local, devido ao índice de mensagens. Mas a estatística não significa que é possível impedi-lo. “Existem algumas características para que o projeto dê certo, como a dengue ser uma doença urbana, ser fácil de caracterizar, não escolher classe social e não ser um estigma social”, concluiu.

O desvio e o crime

O professor do Departamento de Sociologia da UFMG, Cláudio Santiago Dias Junior, abordou temas como crime e desvio, homicídios, aplicação do georreferenciamento, a importância das gestões publicas na área da segurança, e o posicionamento da Sociologia quanto a essas questões.

O professor do Departamento de Sociologia da UFMG, Cláudio Santiago Dias Junior, debateu assuntos sobre criminalidade e desvio

O professor do Departamento de Sociologia da UFMG, Cláudio Santiago Dias Junior

Na palestra, o professor divulgou dados que impressionam. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2012, cerca de 437 mil pessoas foram assassinadas no mundo inteiro. Só no Brasil foram 56 mil, representando 12% dessa parcela. Em Belo Horizonte, 853 foi o número de assassinatos no mesmo ano. “O homicídio está restrito espacialmente. Os maiores índices são encontrados em vilas e favelas”, apontou.

“Nunca existirá uma sociedade sem desvio ou crime. O que assusta, no Brasil, é o volume. O crime é multifacetado”, ressaltou o sociólogo.

Sistema de captura de imagens

Convidado para falar sobre a evolução do sistema tecnológico em imagenologia e radiodiagnóstica, o professor do curso de Tecnologia e Radiologia Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Luiz Claudio de Souza, relatou o avanço tecnológico da Radiologia ao longo dos anos.

De acordo com o professor, a imagem ética é um instrumento de apoio ao estudo.“Quando falamos de avanço tecnológico na área de radiologia, nós temos que pensar que esse avanço mundial também é uma realidade no Brasil. Na área de imagem, especialmente”, afirmou.

Souza fez questão de ressaltar a importância da invenção da radiografia para o mundo, e explicou que a evolução do sistema de captura de imagens é sempre incrementável, não substituível. “Podemos dizer que o avanço dessas tecnologias aconteceu concomitantemente com o da computação. A evolução desses sistemas sempre foi incrementável com outras modalidades do nosso cenário, mas nunca substituída”, concluiu.

assinaturas_horizontal_noticia