Alimentação balanceada ajuda a ouvir melhor

Programa de rádio Saúde com Ciência aborda cuidados com a saúde auditiva e os impactos da perda auditiva em idosos


20 de julho de 2021 - , , , , ,


Com o envelhecimento, é natural que alguns sentidos fiquem mais comprometidos. E a audição é um deles.  Mas alguns hábitos alimentares podem ajudar a adiar por muitos anos a perda auditiva causada pelo envelhecimento ou reduzir sua intensidade.  

“Vários estudos recentes mostram que a ingestão adequada de vitaminas e minerais, como zinco, magnésio de ferro, selênio e vitaminas do complexo B12 ajudam a proteger a audição”, cita a professora Titular do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Denise Utsch. Ela é uma das palestrantes do 3º Simpósio Franco-Brasileiro sobre Audição, que ocorre virtualmente nos dias 10 e 11 de setembro.

Para exemplificar, um estudo divulgado no Journal of Nutrition, um periódico americano, mostra que as mulheres têm 30% menos riscos de sofrer com perda auditiva quando seguem uma alimentação balanceada.

Mas, primeiramente, a ingestão desses nutrientes deve ser de maneira natural e, em último caso, por suplementação. “Se é um idoso que tem dieta restrita, por exemplo, é necessária uma suplementação, mas como segunda opção”, completa a especialista.

Uma boa alimentação ajuda a preservar a saúde em geral e, com isso, a saúde auditiva, além de evitar a produção de radicais livres em excesso, que podem provocar danos à audição. Do lado oposto, estão a cafeína e o consumo de álcool e cigarro, que são substâncias vasoconstritoras, e um dos fatores para a perda auditiva adquirida é o comprometimento do fluxo sanguíneo.

Leite não inflama

Além de proteger a saúde auditiva, a alimentação está relacionada ao equilíbrio corporal. Isso porque a região óssea do ouvido interno ligada a funções auditivas e do equilíbrio corporal, chamada de labirinto, é composta por uma espécie de bolsa de água onde se depositam pequenos cristais de carbonato de cálcio.

Em pessoas com idade mais avançada, uma das principais doenças nessa região é causada pelo deslocamento desses cristais. Isso leva a sintomas de labirintite, como a tontura rotatória – chamada de vertigem – e o zumbido.

Para evitar esse deslocamento, é importante a ingestão adequada de cálcio.

“Leite não inflama, leite não faz mal, leite é um alimento essencial, fonte rica de proteína e de cálcio, e o idoso precisa de uma ingestão adequada de cálcio”, ressalta a professora Titular, Denise Utsch.

Cuidado com os suplementos

Denise alerta que é preciso ter cuidado com os suplementos que têm surgido no mercado para acabar com o zumbido e melhorar a audição. “São remédios caros e propaganda enganosa”, frisa.

“A gente observa que muitas populações de classe social baixa, no desespero para o zumbido melhorar, estão se endividando para comprar suplementos”, analisa.

Ela explica que a suplementação não causa malefícios à saúde, mas pode prejudicar a saúde financeira. “O zumbido é multifatorial, e quando é possível adquirir por meio da alimentação, deve-se comprar vitaminas específicas, que fica muito mais barato e na dosagem certa e que vai funcionar”, esclarece a especialista.

Simpósio Franco-Brasileiro sobre audição

O equilíbrio é um dos principais temas do 3º Simpósio Franco-Brasileiro sobre Audição, que ocorre virtualmente nos dias 10 e 11 de setembro. O evento também aborda é a exposição à sons intensos e ao ruído, uma questão de grande preocupação para a Organização Mundial da Saúde, segundo a qual mais de um bilhão de pessoas serão afetadas até 2050. Seus efeitos prejudiciais à saúde auditiva e à detecção da fala serão atualizados, juntamente com os aspectos específicos dos diversos tipos de sons intensos.

Mais informações e inscrições

Saiba mais sobre cuidados com a audição no Saúde com Ciência

No “Saúde com Ciência” desta semana, você vai conhecer os impactos da perda auditiva em idosos e as doenças do labirinto, bem como entender a relação entre audição e demência, e os principais cuidados para a manutenção da saúde auditiva.

programa é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a quinta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.