Anestesia geral pode ser alternativa para claustrofóbicos durante exames de imagem

Os anestésicos também podem facilitar a realização de exames em crianças, afirma especialista.


11 de julho de 2023 - , , ,


* Madu Mendonça

Alguns exames de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia, exigem que os pacientes fiquem imóveis dentro de um equipamento estreito, no formato de um tubo. Isso pode causar desconforto e até mesmo pânico em pessoas claustrofóbicas. Por isso, o uso da anestesia geral pode ser uma alternativa para facilitar a realização desses exames.

Isso porque a anestesia geral bloqueia os impulsos nervosos que causam dor e ocasiona a perda de consciência nos pacientes, algo semelhante a um sono profundo. Dessa maneira, seu uso em exames de imagem pode evitar que a pessoa claustrofóbica vivencie uma experiência de ansiedade e incômodo.

A claustrofobia é o medo irracional de locais fechados, podendo causar crises de pânico e ansiedade.

De acordo com a professora Mirna Marques, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e convidada do Saúde com Ciência desta semana, além dos claustrofóbicos, as anestesias também podem ser utilizadas em crianças, a fim de manter a imobilidade durante a realização do exame. “Para conseguir a imagem adequada no exame, é necessário a imobilidade do paciente. Então, a anestesia pode ser usada quando a pessoa não coopera, como no caso de crianças”, explicou.

 “A anestesia se tornou, nos últimos 30 anos, uma das especialidades mais seguras da medicina. Ela também apresentou um grande número de inovações, tanto em termos de monitorizar o paciente durante a anestesia, quanto no desenvolvimento de fármacos mais eficientes e seguros”.

Professora Mirna Marques

Cuidados pré e pós-anestésicos

Apesar da segurança das anestesias, é necessário ter alguns cuidados antes e após o procedimento. A professora Mirna Marques explica, por exemplo, a relevância de que haja uma conversa prévia entre paciente e anestesista. “É recomendável esse diálogo para que o anestesista saiba a história médica do paciente, suas comorbidades, os medicamentos que ele utiliza e se ele é tabagista ou etilista. Essas informações podem reduzir os riscos no procedimento”, destacou.

Além disso, as anestesias gerais só devem ser aplicadas em locais devidamente preparados e que sigam as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Vigilância Sanitária. Para segurança do paciente, é necessário que o ambiente tenha suporte para ventilação mecânica, aparelho para ressuscitação cardiopulmonar, equipe de apoio com ambulância e parceria com hospital de grande porte.

Por fim, a professora ressalta alguns cuidados que os pacientes devem ter no dia do exame. “A pessoa deve ir acompanhada por um responsável e não deve dirigir de forma alguma. Deve ser um dia que a pessoa fique em casa descansando e não faça nada arriscado ou que exija muita atenção”, finalizou.

Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana vamos entender mais sobre os tipos de anestesias, seus usos e possíveis riscos para a saúde dos pacientes.

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

* Madu Mendonça – estagiária de Jornalismo

Edição: Alexandre Bueno