Apneia do sono afeta a saúde
22 de outubro de 2012
Sonolência, irritação, depressão, agravos de doenças cardiovasculares. Tudo isso pode ter origem comum, e a pessoa pode nem percebê-la. A apneia do sono é uma possível causa de diferentes problemas, podendo até mesmo matar. Por trás do ‘arranco’ que algumas pessoas apresentam enquanto dormem, está a doença que causa o comprometimento do ciclo de ventilação pulmonar.
A apneia é a consequência de problemas no fluxo de ar que entra nos pulmões. O professor Ricardo de Amorim, do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, explica: “A causa da falha na respiração é o que irá definir que tipo de apneia o indivíduo apresenta”.
A interrupção temporária das vias aéreas caracteriza a apneia obstrutiva. “Ocorre um afrouxamento da musculatura da faringe durante o sono, fazendo com que o ar que entra pelo nariz não chegue à traqueia”, detalha o pneumologista. Este tipo ocorre com mais frequência em obesos e pessoas que roncam.
Apneia central é uma variação menos comum da doença. De acordo com Ricardo, neste caso não há problemas na passagem do ar, mas sim na ordem que o cérebro envia. O comando apresenta uma falha levando o indivíduo a interromper o movimento involuntário de respirar.
Em ambos os casos o oxigênio não é absorvido pelo sangue. O professor ressalta que a falta de oxigenação nos órgãos, principalmente no cérebro e no coração podem ser muito perigosas, levando até mesmo ao óbito.
Durante a noite, quando a concentração de oxigênio da pessoa cai, o corpo precisa criar mecanismos para manter a respiração. Dessa forma, a pessoa tem um sono superficial. As fases de sono profundo, essenciais para o nosso corpo, não são aproveitadas. “Ela para de respirar e dá aquele ‘arranco’ para retomar a respiração”, completa Ricardo.
A conseqüência disso é a sonolência, principal sintoma da doença. “A pessoa acha que dormiu normalmente, pois não percebeu que o sono foi superficial”, afirma o professor. “Isso deixa o indivíduo com sono durante as atividades do dia e o faz ‘cochilar’ com mais facilidade”, conclui.
Orientação médica
As consequências da apneia não param na sonolência. Doenças cardiovasculares, como a diabetes e os problemas de pressão, podem ser agravadas em função da falta de oxigenação. De acordo com o professor também existem as consequências mentais: a pessoa pode ficar mais irritada, apresentar depressão e outros distúrbios de comportamento. “Quem possui os sintomas deve procurar ajuda de um médico especializado, podendo ser um pneumologista, otorrinolaringologista, ou neurologista”, recomenda o professor Ricardo.
“O primeiro passo para reverter a situação é corrigir o que está em volta”, orienta. No caso dos obesos, por exemplo, é importante iniciar uma alimentação saudável. Se com esses cuidados a situação não melhorar é possível buscar auxílio em aparelhos respiratórios usados durante o sono. “O equipamento vai variar de acordo com o tipo de apneia e com as especificidades de cada caso, pois a pressão necessária para que ocorra a respiração também será variável”, finaliza o professor.