Boletim Matinal sobre covid-19 comemora a 100ª edição

O Boletim Matinal Covid-19, uma ação de extensão da Faculdade de Medicina da UFMG, chega a 100ª edição neste sábado, 25 de julho. Desde o seu início em abril, todos os dias a equipe de professores e alunos de Medicina e Enfermagem da UFMG divulga dados confiáveis e seguros sobre a pandemia, de forma resumida e acessível tanto aos profissionais de saúde ou à população geral.

“Começamos buscando levar conteúdo técnico e de qualidade para os profissionais da linha de frente. Com o tempo, percebemos a população não especialista também demandava informação confiável e acompanhava o Boletim com esse objetivo”, informa o médico recém-formado da UFMG, Bruno Campos Santos, que participou da idealização da ação. “Seguimos trabalhando para que o Boletim chegue sempre aos profissionais, mas ficamos felizes em saber que a comunidade também está consumindo o conteúdo”, continua.

Ele comenta que o Boletim é adaptado para ser divulgado também nas principais redes sociais e, só pelo Instagram, mais de 1.300 pessoas já o acompanha. Inclusive, com a diversidade de divulgação e as inúmeras possibilidades de compartilhamento, não há como saber a repercussão total do informativo, segundo a coordenadora Maria do Carmo Barros de Melo, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade.

“É muito interessante a resposta do público leitor. Cobram se ocorre algum atraso e perguntam se os boletins continuarão. Não querem que parem. Alguns leitores utilizam os dados para análise de número de casos e de óbitos, pois é de fácil acesso”, conta a professora.

Maria do Carmo relata que as mensagens de “bom dia” no Boletim também são motivos dessa interação com o público, que comenta e agradece. “Uma pediatra intensivista relatou que ama receber o boletim pelo WhatsApp e o ter desejando um “bom dia” diante de tanta adversidade. Se existe algum tema controverso, os leitores discutam, refletem e sempre nos dão um feedback” acrescenta.

O Boletim Matinal é disponibilizado na página de enfrentamento à covid-19 desenvolvida pelo Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade, onde também há o projeto “Tira-dúvidas“. Além disso, a equipe publica o material nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.

100ª edição

“Estamos felizes pela grande repercussão do Boletim, percebemos que várias pessoas de vários locais, cidades e profissões querem se informar e que estamos atingindo este público diverso. Existe uma equipe de alunos que trabalham em forma de rodízio, de acordo com os dias da semana, e que estão nos bastidores para que a qualidade das informações seja mantida. Existe uma rotina de trabalho que vai desde a seleção, leitura, análise e resumo de temas relevantes. A seguir, os dados são conferidos para posterior publicação”.

Professora Maria do Carmo

“Temos sensação de grande responsabilidade e de estar cumprindo com as nossas obrigações, que é levar informação de qualidade e combater as fake news. No início não sabíamos onde iríamos chegar. O Boletim tomou uma proporção que nos coloca ainda com mais responsabilidade. Há uma cobrança de nossos colegas quando nós “atrasamos’ algumas horas para divulgá-lo de manhã. Tem sempre uma expectativa de recebê-lo ainda nas primeiras horas do dia. Muitos dizem que não saem de casa antes de ler o Boletim. Também há uma sensação na nossa equipe de estar contribuindo na divulgação de conhecimentos de forma correta, de qualidade e democrática, que são papéis das universidades públicas”.

Unaí Tupinambás, coordenador do projeto e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade

“Chegamos ao 100º Boletim com a sensação de que aprendemos muito sobre a doença desde a primeira publicação, mas que há ainda um longo caminho pela frente. Foram 100 dias levando boas e más notícias a quem nos acompanha; respondendo inúmeras perguntas enquanto novas dúvidas foram surgindo. Não sabemos até quando a pandemia durará, mas o Boletim Matinal estará aqui até o final”

Bruno Campos Santos

Uma ação para a população com a população

O retorno de quem acompanha o Boletim também é importante para as adaptações necessárias a uma experiência ainda melhor, segundo o professor Unaí Tupinambás. “Fomos nos aperfeiçoando de acordo com nossa percepção de como os leitores reagiam e quem são estes leitores, que é um público muito diverso. Sempre escolhemos um artigo (para comentário mais detalhado) de temas mais gerais de interesse de toda comunidade”, afirma.

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