Calor: cuidados simples ajudam na prevenção de queimaduras na pele e desidratação

Temperaturas elevadas em boa parte do país exigem atenção redobrada com a saúde; confira dicas.


24 de janeiro de 2022 - , , ,


Com as altas temperaturas e as férias escolares da meninada, muita gente aproveita para viajar com a família ou amigos. Mas esta estação do ano requer alguns cuidados com a saúde. Isso porque a exposição aos raios solares ultravioletas, que podem causar queimaduras e até mesmo desenvolver o câncer de pele, é maior. Além disso, são mais comuns casos de insolação e desidratação devido ao forte calor. Por isso, o “Saúde com Ciência” desta semana traz dicas para manter a saúde mesmo com os termômetros subindo em boa parte do país.

Proteção solar

Na hora de comprar o filtro solar, são muitas opções de proteção, o que deixa muita gente em dúvida sobre qual fator de proteção (FPS) escolher. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o mais indicado seria o fator de proteção 50.

“As vantagens de proteção acima de 50, em termos de ganho na proteção, não é tão grande. Então, geralmente não compensa pagar um preço maior. E como tem que colocar mais substância para aumentar essa proteção, a chance de dar alergia aumenta”, explica o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Claudemir Aguilar.

E para que perdeu o cabelo ou partes dele, o cuidado com essa região da cabeça deve ser redobrado. Isso porque os fios servem de proteção natural aos raios solares. Por isso, é recomendado usar chapéu ou boné e passar protetor solar para evitar lesões pré-cancerosas, que causam vermelhidão, escamações e podem evoluir para um câncer de pele.  

Além do uso do protetor solar, é preciso ficar de olho nos horários de maior exposição aos raios ultravioletas. Entre 10h e 16h, eles são mais intensos e, por isso, a exposição deve ser evitada nesse intervalo.

E as máscaras comuns usadas contra a covid-19 não valem como proteção solar. É preciso passar o protetor mesmo com elas, pois não são capazes de prevenir contra os danos que o sol pode provocar, como queimaduras, envelhecimento e até câncer de pele. Esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.

E as crianças?

As crianças só devem usar o filtro solar a partir dos seis meses de idade. Antes disso, o ideal é que sejam protegidas com o uso de bonés, roupas e guarda-sol, evitando os horários de maior intensidade solar. Após essa faixa etária, até os dois anos de idade, é recomendado o uso de filtros físicos, que são identificados como “mineral” ou “baby”. Eles agem como bloqueadores solares, refletindo a radiação solar.

Já a partir dos dois anos, os filtros podem ser físicos ou químicos (que absorvem os raios ultravioletas antes de penetrarem na pele). É importante lembrar de aplicar 30 minutos antes da exposição ao sol, reaplicar a cada duas horas ou sempre que a criança entrar na água ou transpirar excessivamente. Deve ser priorizada a aplicação do produto com o corpo seco, para uma melhor absorção.

Desidratação

Vale lembrar que além dos raios ultravioletas, que podem causar queimaduras na pele, existem também os raios infravermelhos, que dão a sensação de calor. Por isso, mesmo em dias nublados ou em locais fechados onde há muita energia solar, esses raios podem estar presentes com intensidade. Com isso, podem levar ao estado de desidratação.

“O ideal é tomar em torno de um litro e meio a três líquidos por dia, local previsível perda de liquido maior, o ideal é aumentar essa ingestão”, orienta Aguilar.

É possível notar alguns sinais de desidratação no corpo, como febre, desânimo, alteração na pressão arterial e mucosas ressecadas. Além disso, a urina pode ficar muito concentrada e, assim, mais escura.

“Se a pessoa está mais hidratada, é sempre mais interessante. Se ela faz atividade física, por exemplo, o trabalho muscular dela vai se melhor, ela vai acumular menos substâncias, do tipo ácido lático, que pode levar à caibra”, exemplificar o professor.

SAIBA MAIS

E para se refrescar, praias, piscinas e cachoeiras são destinos favoritos das crianças, o que requer atenção redobrada dos cuidadores. Confira dicas para prevenção de acidentes com crianças e outros cuidados com a saúde no verão no Saúde com Ciência”.

“Saúde com Ciência”  é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a quinta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.